Para o ditador da Venezuela, é preciso superar divergências políticas e promover a paz na América Latina.
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, negou a existência de divergências entre Caracas e Brasília. Em entrevista ao fundador do site Opera Mundi, Breno Altman, ele afirmou que “não houve crise, não há crise, nem haverá crise”.
Segundo Maduro, a única forma de manter um vínculo sólido é através do “entendimento pela América Latina, pelo Caribe, pela paz e pelo desenvolvimento”.
‘Diplomacia’ em posse de Nicolás Maduro
Depois das últimas eleições no país, que a comunidade internacional classificou como fraudulentas, Maduro assumiu seu terceiro mandato em 10 de janeiro, sob protestos, repressão e prisões.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o convite, mas não compareceu à cerimônia de posse. O petista enviou a embaixadora do Brasil em Caracas, Glivânia Oliveira, numa demonstração de algum nível de diplomacia entre os dois países.
Venezuela e o Brics
O veto do Brasil à entrada da Venezuela no grupo Brics, composto de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, foi um outro ponto de tensão nas relações bilaterais.
No entanto, Maduro falou sobre a importância de superar divergências e fortalecer as relações com o Brasil. Ele afirmou que o papel dele e Lula é “virar a página” e priorizar relações pacíficas e de cooperação. O ditador também expressou a necessidade de “olhar para o futuro” e buscar avanços no reconhecimento da Venezuela como parte do bloco.
Maduro argumenta que a inclusão da Venezuela no Brics é uma realidade que deve ser aceita e trabalhada por ambas as nações. Essa perspectiva reflete o desejo do ditador de integrar a Venezuela em iniciativas econômicas multilaterais.
Ao comentar sua posse, ele destacou “o enfraquecimento e a derrota da extrema direita fascista na Venezuela” como resultado de uma operação orquestrada pelo governo dos Estados Unidos, utilizando redes sociais e mídia. Ele ressaltou que, desde 2017, a Venezuela conseguiu estabelecer um processo de “paz e estabilidade política”.
Nicolás Maduro defende ‘integridade’ do seu sistema eleitoral
Maduro defendeu a integridade do sistema eleitoral de seu país, ao afirmar que ele é “auditável” e que tanto o povo quanto as instituições têm confiança nos resultados.
“Realizamos 31 eleições em 25 anos, um recorde mundial”, destacou, sugerindo que a transparência eleitoral é um pilar da democracia venezuelana.
Apesar do discurso, os Estados Unidos, a União Europeia e outros dez países da América Latina, além da Organização dos Estados Americanos, rejeitaram a determinação do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, que é ligada ao regime chavista, de aprovar a vitória de Maduro nas eleições.
Independência econômica e estratégia nacional
Em resposta a críticas sobre medidas econômicas, Maduro enfatizou que o plano econômico da Venezuela é autônomo e não depende de políticas do Fundo Monetário Internacional (FMI) nem do Banco Mundial. Ele reforçou: “Construímos o nosso próprio caminho com pensamento próprio”.