Decisão de Dino gera desconforto em ministros do STF

Ministro do STF Flávio Dino limitou decisões judiciais estrangeiras no Brasil para beneficiar Moraes

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) criticaram, em conversas reservadas, a decisão de Flávio Dino que condiciona a validade de ordens judiciais estrangeiras ao aval da Justiça brasileira.

Conforme integrantes do STF ouvidos por Oeste, a medida acirra conflitos diplomáticos, empareda bancos e atinge famílias de Mariana (MG).

Nos bastidores, a avaliação é que a determinação de Dino deixa as instituições financeiras “confusas”. Outro ponto criticado versa sobre acordos internacionais. Embora Dino tenha emitido um novo despacho esclarecendo esse última questão, um ministro lembrou que o próprio STF já havia reconhecido, no passado, a legitimidade de cooperação internacional em processos complexos sem exigir nova homologação. Sobre a tragédia ambiental de 2015, famílias podem esperar mais tempo para conseguir reparações pela tragédia, lembrou outro magistrado.

Além disso, o ato do juiz do STF “atropelou” Cristiano Zanin, que é relator de uma ação relacionada à Lei Magnitsky. Integrantes do Tribunal entendem que a cautela adotada por Zanin deveria ter sido o norte da questão. Dino, contudo, “avançou o sinal”.

Decisão de Flávio Dino pode blindar Moraes

Apesar de a ação relatada por Dino ser um litígio que envolve municípios e o rompimento de barragem, o entendimento alcança situações mais amplas: ao vedar a aplicação automática de sanções e ordens estrangeiras no Brasil, a medida funciona como um escudo para autoridades nacionais que enfrentam restrições fora do país.

No caso de Alexandre de Moraes, alvo da Magnitsky, a decisão impede que eventuais bloqueios ou punições decretados por governos estrangeiros tenham efeito imediato em território brasileiro — só produziriam efeito se validados pela Justiça nacional.

Crédito Revista Oeste

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