Foto - EPA/BIDEN CAMPAIGN/ADAM SCHULTZ
O Partido Democrata divulgou sua plataforma oficial na noite de domingo, que será votada na Convenção Nacional Democrata em Chicago, Illinois. O documento pede a reeleição do presidente Joe Biden, que ainda era o candidato quando o texto foi finalizado em meados de julho.
“Presidente Biden, Vice-Presidente Harris e os Democratas estão concorrendo para concluir o trabalho”, afirma o documento.
A plataforma começa com um “reconhecimento de terra”, declarando que a convenção está sendo realizada em terras que outrora pertenciam aos nativos americanos. Esta é uma prática da esquerda que, segundo o Wall Street Journal, está no centro da ideologia por trás dos protestos anti-Israel nos campi universitários — a alegação de que os Estados Unidos e Israel são culpados de “colonialismo de colonos”. Isso também significa rejeitar a compreensão da história americana que prevaleceu desde meados do século 20, de que é uma história de progresso lento em direção ao cumprimento da promessa de liberdade para todos.
A plataforma democrata afirma que Biden e a vice-presidente Kamala Harris alcançaram enormes progressos para os americanos e que Donald Trump “está manipulando nossa economia para beneficiar seus amigos de Mar-a-Lago e doadores bilionários, que, como ele, só pensam em si mesmos”.
O documento omite algumas das recentes propostas econômicas de Harris, como um subsídio de entrada de US$ 25.000 para compradores de primeira casa e um crédito tributário de US$ 6.000 por criança. No entanto, inclui retórica alegando, sem evidências, que as empresas são culpadas de “exploração de preços”, uma alegação central à demanda de Harris por limites de preços no estilo socialista para combater a inflação.
A plataforma faz várias alegações enganosas, incluindo a afirmação de que os EUA estão “finalmente reconstruindo… a banda larga” como parte do investimento em infraestrutura da administração. Apesar de um fundo de US$ 42,5 bilhões para expandir a banda larga sob o American Rescue Plan Act de 2021, que Harris deveria supervisionar, nenhuma nova conexão foi construída.
Embora foque no presidente Biden, a plataforma omite alguns de seus planos recentes para “reformar” a Suprema Corte, impondo limites de mandato, o que os democratas esperam usar para destituir juízes conservadores e substituí-los por liberais.
Entre outros destaques, a plataforma defende cirurgias e tratamentos medicamentosos para “jovens transgêneros”, sem especificar a idade em que as crianças deveriam receber tais cirurgias. “Os democratas se oporão vigorosamente a proibições estaduais e federais de cuidados de saúde afirmativos de gênero”, diz o documento. Não menciona a questão dos esportes transgêneros e a participação de homens biológicos em atividades esportivas femininas.
A plataforma repete a farsa dos “pessoas muito boas” — a falsa alegação de que Trump elogiou neonazistas em Charlottesville em 2017, quando na verdade ele disse que deveriam ser “totalmente” condenados.
Sobre migração e fronteiras, a plataforma afirma: “O presidente Biden liderou com a convicção de que devemos proteger nossa fronteira e consertar um sistema de imigração quebrado há décadas”. A plataforma culpa os republicanos no Congresso por rejeitar a legislação de imigração proposta por Biden, que legalizaria os atuais fluxos migratórios em níveis massivos.
Em política externa, a plataforma promete continuar se opondo à guerra da Rússia na Ucrânia, mas não menciona um objetivo para a política externa dos EUA na Ucrânia ou a perspectiva de negociações de paz. A plataforma defende a criação de um Estado palestino e oferece uma história contrafactual do Oriente Médio, como reivindicar crédito por dissuadir os houthis, após Biden retirá-los da lista de organizações terroristas na qual Trump os havia colocado, incentivando sua agressão.
A plataforma também se vangloria de que “o presidente Biden encerrou a guerra mais longa da América, trazendo nossas tropas para casa do Afeganistão”, sem mencionar o desastre que se seguiu, incluindo a morte de 13 soldados americanos em um ataque terrorista durante a evacuação desordenada de Cabul.