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Depois de cobrança de Lula, Nísia faz primeira demissão

 Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ministra da Saúde chegou a chorar em dia de reunião

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, demitiu Alexandre Telles, diretor do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), nesta segunda-feira, 18. Maria Aparecida Braga, atual superintendente da pasta no Rio, vai assumir o DGH.

Nísia fez a troca de cadeiras depois de “levar uma dura” do presidente Lula, em virtude da crise dos hospitais federais no Rio revelada pelo Fantástico.

Repórteres do programa mostraram a situação precária das unidades de saúde, com aparelhos médicos quebrados e caixas de materiais vencidos ou danificados — como utensílios cirúrgicos e próteses ortopédicas, cujo valor passa dos R$ 20 milhões.

Outro problema é a rede elétrica, que em muitos pontos está comprometida, pondo em risco a segurança de pacientes e funcionários.

Nísia Trindade chora em reunião ministerial

Durante a reunião ministerial na manhã desta segunda, 18, Lula cobrou Nísia por cinco crises:

  1. Epidemia de dengue no país (hoje, o país registrou quase dois milhões de infectados);
  2. A morte dos ianomâmis, que superou os índices de Bolsonaro;
  3. Nota técnica que recomendava o “aborto legal” em qualquer período da gestação;
  4. Crise nos hospitais federais no Rio de Janeiro;
  5. Relacionamento complicado com o Congresso.



Ao presidente, Nísia reconheceu os problemas, mas justificou que há dificuldades em dialogar com o Centrão, disse que desconhecia o documento em prol da interrupção da gravidez, explicou que a morte dos ianomâmis era subnotificada no governo Bolsonaro e que pretende fazer mudanças no gabinete, por causa da crise sanitária no Rio de Janeiro.

Lula, então, retomou a palavra e disse que ela tem o apoio dele para demitir secretários, porém, precisa melhorar sua relação com o Congresso Nacional. Partidos de centro estão interessados no ministério desde o início do ano.

Janja acolheu Nísia ao perceber que a ministra ia chorar. A ministra respondeu não estar disposta a “falar grosso”, pela condição de ser mulher.

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