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Depois de recorde de mortes, Lula diz que, ‘se Deus ajudar, teremos verão com menos dengue da história’

São mais de 5 mil mortes pela doença

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quarta-feira, 18, que, se “Deus quiser, teremos o verão com menos dengue na história deste país”. A declaração foi dada durante a apresentação do governo para o combate à doença nos próximos meses, realizada no Palácio do Planalto, com a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

A fala de Lula ocorre em meio ao recorde de mortes no país. Até o início da tarde desta quarta-feira, já eram 5.360 mortes por dengue, sendo que 1.867 seguiam em investigação. Os dados são do Painel de Monitoramento de Arboviroses, do Ministério da Saúde.

“Os mosquitos estão na casa de cada um de nós, e não só na casa de pessoas pobres, mas nas casas de pessoas com poder aquisitivo melhor”, disse Lula. “Queremos passar a ideia de que cada cidadão brasileiro é seu próprio médico no cuidado com a dengue. A gente tem que cuidar da casa da gente.”

Lula declarou que às vezes a “nossa casa é cuidada”, mas a do vizinho, não. “Não queremos que brigue com o vizinho, mas que alerte o sistema de saúde”, sinalizou. 

O chefe do Executivo afirmou que é necessário cuidarmos “das nossas casas” para que os casos se reduzam no país. “Se cada um cumprir sua função e não permitir que não haja nenhuma possibilidade que os mosquitos tirem férias no seu quintal, vamos ter muita mais condição de combater as arboviroses deste país”, argumentou.

Mais de 6 milhões de casos de dengue no país

Durante a apresentação do plano de ação, a ministra Nísia Trindade informou que, de janeiro a agosto deste ano, foram notificados 6,5 milhões de casos prováveis de dengue no país, com coeficiente de incidência de 3,2 mil casos por 100 mil habitantes.

“Esses números representam um aumento de 300% no total de casos em relação ao mesmo período do ano anterior”, informou. À época,  foram contabilizados 1.454.688 casos prováveis e 681,9 casos por 100 mil habitantes.

Os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal concentraram 87,70 % dos casos prováveis.

“A hora de cuidar é agora, vivemos o ano de 2024 com grave caso de epidemia em vários Estados”, afirmou. “Desde 2023 tínhamos sinais do aumento do número de casos, mas a antecipação das mudanças climáticas do fenômeno do aquecimento e do regime de chuvas, de fato, foi um dado novo.”

Nísia destacou que podem ser investidos R$ 1,5 bilhão em ações contra as arboviroses no país — montante que já compõem o orçamento do Ministério da Saúde. 

O plano envolve “desde vacinas, a portarias emergenciais com planos de ação, testes rápidos, métodos de tecnologia, pesquisa e desenvolvimento que precisam ser constantes”.

“Nosso objetivo é reduzir  os casos prováveis e o número de mortes por dengue, chikungunya, zika eOropouche”, destacou a ministra da Saúde.

Nísia Trindade também citou a compra de 9 milhões de doses de vacinas da farmacêutica japonesa Takeda, para serem divididas entre os Estados. A distribuição deve ser realizada nos próximos 15 dias.

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