Reginaldo Lopes (MG) afirma que entidade atual, que reúne partidos ligados a ditaduras de esquerda, não representa o polo democrático
Deputado federal e membro do diretório nacional do PT, Reginaldo Lopes (MG) defende que o partido lidere a criação de uma nova entidade latino-americana no lugar do Foro de São Paulo, grupo que reúne legendas de esquerda do continente.
“Deveríamos constituir um foro democrático de centro para pensar o desenvolvimento social e econômico da América Latina, as conexões entre os diversos países e projetos conjuntos nas áreas social e de infraestrutura. O Foro de São Paulo não foi pensado para isso e não cumpre esse papel”, diz Lopes.
Ele disse que pretende apresentar a proposta internamente na legenda no ano que vem.
Nos últimos meses, o parlamentar mineiro, ex-líder do partido na Câmara dos Deputados, tem sido um dos maiores críticos dentro do PT sobre ditaduras de esquerda como as da Venezuela e da Nicarágua.
Os partidos que dirigem esses regimes convivem com o PT no Foro de São Paulo, que tem uma petista, Mônica Valente, como sua secretária-executiva.
Lopes condenou a decisão do grupo, subscrita pelo PT, de reconhecer a reeleição do ditador Nicolás Maduro na Venezuela em julho, apesar das evidências de que houve fraude.
“Essa posição do partido é desconectada com a de muitos militantes e simpatizantes do PT”, afirma.
“Maduro e Ortega representam o maior constrangimento para um projeto democrático de esquerda na América Latina”, acrescenta ele, que cita o presidente do Chile, Gabriel Boric, como exemplo de uma liderança da qual o PT deveria se aproximar.
