Delegado Caveira (PL-PA) e Marcon (PT-RS) protagonizaram a discussão em audiência na Câmara
A audiência da Comissão de Agricultura na Câmara, nesta quarta-feira, 24, contou com bate-boca entre parlamentares. A discussão começou quando o deputado federal Delegado Caveira (PL-PA) provocou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chamando-o de “Taxad”.
Caveira iniciou a sua fala ao exaltar Jair Bolsonaro. O parlamentar citou uma frase na qual o ex-presidente dizia que “o povo sentirá a falta do nosso governo”. Logo em seguida, o deputado do PL criticou o governo Lula pelo aumento dos tributos no país.
“Fala-se tanto de que o Brasil está indo bem”, afirmou Caveira. “O ministro não cansa de falar isso, que o Brasil está indo bem, obrigado, que o recorde de produção está imenso, eu até posso concordar que a produção tem aumentado muito, mas o ministro só sabe taxar. Não é à toa que o apelido do senhor no Brasil é Fernando Taxad, já são 24 ou mais impostos criados ou aumentados no Brasil.”
Caveira, no entanto, foi interrompido pelo deputado Marcon (PT-RS). O político do PL reagiu à tentativa de intervenção por parte do petista.
“É o Taxad, sim, que todo mundo está falando”, criticou Caveira. “Cala a sua boca, deputado. Só pode ser do PT. Quanto não está roubando, está mentindo.”
Marcon retrucou: “Eu não sou ladrão!”. O petista, entretanto, não prosseguiu com o bate-boca.
Haddad, por sua vez, respondeu às provocações. O ministro afirmou que a “maior vagabundagem” tributária do governo Bolsonaro foi não corrigir a tabela do Imposto de Renda. De acordo com o homem forte da economia da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a não correção foi uma “maneira cruel” com os trabalhadores.
Deputada da oposição também chama ministro de “Taxad”
Durante a audiência com o ministro da Fazenda, a deputada federal Juliana Zanatta (PL-SC) também ironizou Haddad.
“Ministro da taxação, Fernando Taxad”, declarou Zanatta. “Não vou dar boa-tarde para o senhor, porque não dou boa-tarde para quem aumenta impostos a cada 37 dias no Brasil. Pelo amor de Deus, ministro! O senhor nem deve mais falar com a sua esposa. Não deve ter tempo. Todo momento quer aumentar imposto, homem.”
O ministrou reagiu ao pedir que sua mulher, Ana Estela, não fosse mencionada. Com essa observação, Zanatta disse que não iria mais mencioná-la.
A audiência com Haddad
A convocação do ministro atendia ao pedido de 12 parlamentares que cobravam explicações sobre a proposta do governo Lula que trata da tributação das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), prevista na Medida Provisória (MP) n° 1.303/2025.
Na MP, o governo federal propõe que, a partir de 2026, os rendimentos de novos investimentos em LCAs passem a ser tributados em 5% de Imposto de Renda. A proposta é alvo de críticas por parte de deputados e representantes do setor agropecuário.