Deputados republicanos querem o impeachment de juízes que suspenderam decretos de Trump

Deputados do Partido Republicano planejam apresentar pedidos de impeachment contra pelo menos dois juízes federais que suspenderam temporariamente decretos assinados pelo presidente dos EUA, Donald Trump, informou o portal Axios neste sábado (15). A iniciativa reflete o crescente embate entre o governo Trump e setores do Judiciário que têm barrado algumas de suas medidas.

De acordo com o Axios, o deputado republicano pela Geórgia Andrew Clyde está preparando um pedido de impeachment contra o juiz distrital John McConnell, responsável por ordenar o governo Trump a suspender o congelamento de gastos federais. Segundo Clyde, a decisão judicial foi uma tentativa de minar políticas que buscam reduzir gastos considerados “desnecessários e ideológicos”.

Outro republicano, o deputado pelo Arizona Eli Crane, anunciou que pretende apresentar um pedido de impeachment contra o juiz Paul Engelmayer, que bloqueou o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), liderado pelo empresário Elon Musk, de acessar registros financeiros do Departamento do Tesouro. Para Crane, “O presidente dos Estados Unidos [Trump] está desmantelando o Estado administrativo e o Congresso precisa apoiá-lo”, escreveu no X.

O conflito entre a Casa Branca e o Judiciário escalou nos últimos dias, com Trump questionando publicamente a postura de certos juízes. O vice-presidente J.D. Vance também criticou as recentes decisões judiciais, alegando que “juízes federais têm extrapolado sua autoridade e não têm o direito de controlar o poder legítimo do Executivo”.

Apesar do movimento dos republicanos, o impeachment de juízes federais exige um processo bastante burocrático no Congresso dos EUA. Para que McConnell e Engelmayer sejam removidos, a Câmara dos Deputados precisa aprovar a medida por maioria simples, e o Senado deve condená-los com dois terços dos votos. Atualmente, os republicanos possuem apenas 53 das 100 cadeiras no Senado, o que torna a aprovação uma tarefa desafiadora, já que precisariam também do apoio de senadores democratas.

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