Alta é contínua em 2025 e agora coincide com as fraudes no INSS; percentual de rejeição oscilou 3 pontos percentuais para cima em 2 meses; taxa de aprovação recuou 2 p.p. e agora está em 39%
A aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 79 anos, continua em queda. A desaprovação, em alta. Tudo piorou um pouco para o petista de março para junho, embora as oscilações tenham ficado dentro da margem de erro da pesquisa, de 2 pontos percentuais. Só que as curvas mostram uma degradação contínua neste ano de 2025.
O levantamento do PoderData foi realizado de 31 de maio a 2 de junho. Já foi possível, portanto, captar o impacto do caso das fraudes dos descontos ilegais em aposentadorias e benefícios do INSS. O resultado mostra que o governo Lula é hoje desaprovado por 56% dos eleitores. A taxa avançou 3 pontos percentuais em 2 meses. No mesmo período, a aprovação recuou de 41% para 39%.

A desaprovação está com tendência de alta há alguns meses, como mostram as curvas do gráfico acima. Houve uma inversão das trajetórias. No seu 1º mês no Planalto em 2023, Lula tinha 52% de aprovação para sua administração contra 39% de desaprovação, uma diferença de 13 pontos percentuais. Agora, é o oposto: a desaprovação está 17 pontos acima da aprovação.
Lula tem atribuído a baixa taxa de aprovação a problemas na comunicação do governo. Trocou o chefe da Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto. Não adiantou. O presidente seguiu protagonizando episódios controversos mesmo já com o marqueteiro baiano Sidônio Palmeira no comando da Secom.
No mês de maio de 2025 foi revelado um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Estimativas preliminares indicam que o desfalque pode ser da ordem de R$ 6,3 bilhões, dinheiro embolsado ilegalmente por sindicatos e entidades.
Apesar de o governo tentar atribuir a responsabilidade pela fraude ao seu antecessor, a demora da atual gestão em reagir às acusações dificultam a construção da narrativa. Podem ter pesado na análise de parte do eleitorado que se mostra insatisfeito com a administração Lula.
O presidente havia prometido que 2025 seria “o ano da colheita”, no qual seria possível ver os resultados de tudo o que seu governo plantou desde a posse, em janeiro de 2023. Apesar da alta no PIB, registrada no 1º trimestre, e das baixas taxas de desemprego, a percepção da população parece não refletir esse indicadores econômicos positivos.
A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios. Os dados foram coletados de 31 de maio a 2 de junho de 2025, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 218 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%.
Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, são mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.
ESTRATIFICAÇÃO
O governo Lula não tem maioria de aprovação em nenhuma faixa etária do eleitorado.
Entre os adultos de 45 a 59 anos, a desaprovação subiu 22 pontos desde a posse e atingiu 60% agora. Entre os idosos, metade desse eleitorado hoje diz desaprovar o governo.
O governo do PT tem seu desempenho menos desfavorável entre jovens, com 49% de aprovação e 49% de aprovação. Mas mesmo nessa faixa etária, as curvas mostram grande queda desde a metade de 2024, coincidindo com decisões da administração lulista de reduzir recursos para universidades.

Quando se consideram os dados de aprovação e de desaprovação do governo por recortes demográficos como sexo, idade, escolaridade e renda, o governo não tem maioria em nenhum desses estratos sociais.
No Nordeste, reduto do PT há anos, 47% dos eleitores aprovam o governo Lula e 49% desaprovam. Ainda que já seja um cenário desfavorável, esse é melhor desempenho da administração Lula entre todas as regiões.

CATÓLICOS & EVANGÉLICOS
Os fiéis das duas maiores religiões do país se mantêm em polos opostos quanto à avaliação do governo. Só que agora até entre eleitores católicos há mais desaprovação do que aprovação:
- católicos – pela 1ª vez desde o início do mandato, o percentual de católicos que dizem desaprovar (48%) a gestão petista supera, numericamente, o dos que declaram aprovar (45%).
- evangélicos – piora aos poucos o que já não era bom para Lula. Entre evangélicos, 70% desaprovam e 25% aprovam a administração federal. A distância entre as curvas é de 45 pontos. Em janeiro de 2023, eram 25 pontos.

METODOLOGIA
A pesquisa PoderData foi realizada de 31 de maio a 2 de junho de 2025. Foram entrevistadas 2.500 pessoas com 16 anos de idade ou mais em 218 municípios nas 27 unidades da Federação. Foi aplicada uma ponderação paramétrica para compensar desproporcionalidades nas variáveis de sexo, idade, grau de instrução, região e renda. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
As entrevistas foram realizadas por telefone (para linhas fixas e de celulares), por meio do sistema URA (Unidade de Resposta Audível), em que o entrevistado ouve perguntas gravadas e responde por meio do teclado do aparelho. O intervalo de confiança do estudo é de 95%.
Para facilitar a leitura, os resultados da pesquisa foram arredondados.
Por causa desse processo, é possível que o somatório de algum dos resultados seja diferente de 100. Diferenças entre as frequências totais e os percentuais em tabelas de cruzamento de variáveis podem aparecer por conta de ocorrências de não resposta. Este estudo foi realizado com recursos próprios do PoderData, empresa de pesquisas que faz parte do grupo de mídia Poder360 Jornalismo.

Crédito Poder360