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Despesas do Judiciário batem recorde em 2023

Foto - Sergio Lima

Cada magistrado custa, em média, R$ 68,1 mil mensais aos cofres públicos

Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou nesta terça-feira, 28, o relatório Justiça em Números 2024. De acordo com as estatísticas, o Poder Judiciário teve um recorde de gastos em 2023.

O total de gastos chegou a R$ 132,8 bilhões, um aumento de 9% em comparação a 2022. Esses valores foram ajustados conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

As despesas do Judiciário, que eram de R$ 84 bilhões em 2009, cresceram até atingirem R$ 124,9 bilhões em 2017. Em 2018, houve uma pequena queda, mas os gastos voltaram a subir em 2019.

Durante a pandemia de covid-19, em 2020 e 2021, as despesas diminuíram e retomaram o crescimento em 2022, atingindo o valor mais alto em 2023.

Tabela mostra variação dos gastos do Judiciário ao longo dos últimos anos

“O crescimento foi ocasionado pela variação na rubrica das despesas com pessoal, que cresceram 9%”, explicou o CNJ, no documento. “Das despesas de capital, com aumento de 32,9%, além da variação positiva das outras despesas correntes (4%).”

O relatório também destaca que 18% das despesas são referentes a gastos com inativos, como aposentadorias e pensões. Descontando esses valores, o gasto efetivo para o funcionamento do Judiciário é de R$ 108,9 bilhões.

Os gastos com pessoal representam 90% do custo total, que inclui remuneração de magistrados, servidores, terceirizados, além de auxílios e gratificações. Cada magistrado custa, em média, R$ 68,1 mil mensais aos cofres públicos, enquanto cada servidor tem um custo de R$ 20,1 mil mensais.

Gastos regionais e setoriais

Em alguns Estados, esses custos são ainda maiores. Em Mato Grosso do Sul, cada magistrado estadual custa, em média, R$ 120 mil ao mês. Em Mato Grosso, esse valor é de R$ 116 mil. Entre os tribunais superiores, o Superior Tribunal Militar tem os maiores gastos, com quase R$ 86 mil mensais por ministro.

A Justiça Estadual atribui 63% dos custos totais, seguida pela Justiça Trabalhista (17%), Justiça Federal (15%), Justiça Eleitoral (5,5%), tribunais superiores (3,2%) e Justiça Militar Estadual (0,2%).

“Em 2023, o custo pelo serviço de Justiça foi de R$ 653,7 por habitante, R$ 67,6 a mais, por pessoa, do que no último ano, o que representa aumento de 11,5%”, indica o relatório. “É possível conferir que os gastos por habitante cresceram a partir de 2021, e que o patamar atualmente verificado é o maior encontrado desde o início da série histórica.”

Impacto financeiro e dados sobre “diversidade”

O relatório ainda revela que a arrecadação aos cofres públicos pela atividade jurisdicional diminuiu 3% em 2023 em relação a 2022, somando R$ 68,7 bilhões, o que representa 52% das despesas efetuadas. As despesas do Poder Judiciário equivalem a 1,2% do PIB nacional e a 2,38% dos gastos totais da União, Estados, Distrito Federal e municípios.

O relatório deste ano incluiu dados sobre “políticas de diversidade e equidade” no Judiciário, uma “prioridade” para o presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso. Segundo o documento, cerca de 14,2% dos juízes são negros, e a participação feminina na magistratura foi de 36,8% até abril de 2024.

Justiça em Números é uma análise que reúne os principais dados sobre a atuação da Justiça brasileira, elaborada pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias do CNJ.

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