Discurso de Lula preocupa Itamaraty

Declarações recentes de petista provocam desconforto na diplomacia às vésperas de possível encontro com Trump, na Malásia

O presidente Lula da Silva gerou um novo ciclo de tensão no Itamaraty. O motivo são suas declarações sobre política externa. Às vésperas de um possível encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o petista voltou a atacar o republicano. Lula e Trump têm agenda no próximo domingo, 26, durante uma cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia.

Diplomatas brasileiros não escondem a apreensão principalmente com o tom adotado por Lula. Na última semana, o presidente afirmou que a prioridade do Brasil é manter a América Latina e o Caribe como uma “zona de paz”. Segundo ele, “intervenções estrangeiras podem causar danos maiores do que o que se pretende evitar”.

Lula: nova defesa ao ditador Maduro

O comentário do petista fez referência desse modo à crise na Venezuela e, dessa forma, à atuação dos Estados Unidos, que vêm cada vez mais intensificando ações militares no Mar do Caribe. O objetivo, assim, é combater o narcotráfico que teria o patrocínio do regime comunista do ditador Nicolás Maduro.

Poucos dias depois, Lula voltou a comentar a relação com Washington. Disse que, quando Trump “ofendeu” e “sobretaxou” o Brasil, seu governo “não abaixou a cabeça”. A fala provocou sobretudo desconforto entre representantes brasileiros que tentam viabilizar um diálogo mais estável. A postura de Lula, afirmam analistas, pode comprometer o avanço na aproximação com o governo dos EUA.

Lula atacando Trump, num evento comunista, DE NOVO!!!

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Marco Rubio, se liga nos paranauê.@marcorubio pic.twitter.com/u9uQSu4vI2— Tumulto BR (@TumultoBR) October 17, 2025

No Ministério das Relações Exteriores, o discurso é que a equipe trabalha para manter o foco da agenda em temas positivos. O objetivo é mostrar coerência na política externa e reforçar a disposição do Brasil em retomar parcerias comerciais estratégicas com os Estados Unidos.

Lula, no entanto, em vez de reforçar a estratégia de comunicação amistosa, insiste em provocar os norte-americanos. Entre os argumentos estaria a soberania do Brasil, além de países como Venezuela e Cuba, que mantêm regimes ditatoriais.

Apesar dos ruídos, o Itamaraty aposta em um encontro produtivo. A reunião entre Lula e Trump deve tratar da redução de tarifas impostas a produtos brasileiros e do fortalecimento das relações diplomáticas. Desde a conversa entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA norte-americano, Marco Rubio, na última quinta-feira, 16, Lula fez três pronunciamentos sobre o tema. Em todos eles, encontrou um jeito de falar mal do governo Trump.

Crédito Revista Oeste

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