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Dólar volta a bater R$ 5,45 e Ibovespa tem leve queda

Após duas sessões consecutivas de queda, o dólar voltou a subir com força no mercado doméstico, fechando novamente acima de R$ 5,45. O dia foi marcado por um aumento nas taxas dos Treasuries (títulos americanos) e um fortalecimento global da moeda americana, diante da incerteza sobre o início dos cortes de juros nos EUA.

O real, que havia mostrado sinais de recuperação no final da semana passada, voltou a ter o pior desempenho entre as principais divisas emergentes. Com uma máxima de R$ 5,4529 à tarde, o dólar à vista encerrou o pregão em alta de 1,19%, cotado a R$ 5,4544, acumulando um ganho de 3,88% em junho e 12,38% no ano.

O Ibovespa, por sua vez, teve uma leve baixa de 0,25%, fechando aos 122.331,39 pontos, interrompendo uma sequência de cinco ganhos, sua mais longa série vencedora desde fevereiro. Em junho, o Ibovespa mantém um leve ganho de 0,19%, enquanto no ano acumula uma queda de 8,83%. O volume de negociações desta terça-feira foi fraco, somando R$ 15,9 bilhões.

Operadores afirmam que, além do quadro externo adverso, o real sofre com o aumento da percepção de risco e a busca de investidores por hedge cambial, em meio a dúvidas sobre o cumprimento das metas fiscais, apesar de dados positivos de arrecadação federal em maio. Debates em Brasília sobre a renegociação de dívidas de estados e medidas para compensar a desoneração da folha também contribuíram para a postura defensiva dos investidores.

A ata do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada pela manhã, não conseguiu aliviar o estresse no mercado cambial. O Banco Central reforçou que a manutenção da taxa Selic em 10,50% é compatível com a convergência da inflação ao redor da meta de 3% no horizonte relevante, que inclui 2025. Economistas avaliam que o BC colocou uma barreira alta para novos cortes de juros, mas não tem no radar uma elevação da taxa no momento.

O contrato de dólar futuro para julho apresentou um volume forte, superior a US$ 17 bilhões, com operadores já iniciando o movimento de rolagem de posições para a virada do mês e se preparando para a disputa pela formação da última taxa Ptax de junho, na sexta-feira (28).

Para o economista-chefe do Banco Fibra, Marco Maciel, a taxa de câmbio ainda enfrenta riscos de curto e longo prazo que se sobrepõem à esperada melhora dos preços dos ativos após a decisão unânime do Copom na semana passada. Maciel vê a Selic estacionada em 10,50% até o segundo trimestre de 2025, devido à permanência da taxa de câmbio em patamares mais desvalorizados, ao redor de R$ 5,40, em razão da incerteza fiscal.

No fim da tarde, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou um acordo com o Ministério da Fazenda sobre a renegociação da dívida dos estados. Ele listou medidas para compensar as perdas com a desoneração, incluindo a repatriação de recursos no exterior, atualização de ativos no Imposto de Renda, taxação de importações até US$ 50 e o projeto de lei dos jogos de azar.

Mais cedo, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que o estado pode ter perdas de arrecadação de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões até o fim do ano devido às enchentes. Leite pediu ajuda ao governo federal com recursos.

O economista-chefe do PicPay, Marco Caruso, anunciou um aumento nas projeções para a taxa de câmbio, de R$ 5,00 para R$ 5,30 ao fim deste ano, e para 2025, de R$ 5,10 para R$ 5,30. Caruso também elevou a estimativa para o IPCA de 3,8% para 4,1%. Ele afirma que o ambiente externo pressiona o real, mas destaca que fatores domésticos predominam na piora do dólar, uma vez que a trajetória das contas públicas volta a gerar dúvidas.

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