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Em evento, Guedes critica política econômica de Lula: ‘Chutou o balde’

Ex-ministro da Economia Paulo Guedes afirmou que excesso de gastos pressiona aumenta de impostos e de endividamento

Ex-ministro da Economia do governo de Jair Bolsonaro (PL), Paulo Guedes criticou a política econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O economista afirmou que Lula “chutou o balde” ao retirar o teto de gastos e adotar o novo arcabouço fiscal.

Guedes acusou o governo petista de aumentar o tamanho do Estado, o que, segundo ele, “caminha para o totalitarismo”. Ele argumentou que o excesso de gastos pressiona o aumento de impostos e gera um “endividamento em bola de neve”.

“Assim que o governo chegou, tirou o teto, tirou tudo e falou: ‘Vou chutar o balde, vou fazer o que eu quiser’”, disse o ex-ministro durante um evento com investidores em São Paulo. “Aí foi para o outro extremo.”

A crítica de Guedes veio depois de o economista fazer uma retrospectiva de sua gestão no ministério, onde utilizou o teto de gastos criado no governo de Michel Temer (MDB). Ele reconheceu que Bolsonaro precisou furar o teto devido à pandemia de covid-19.

“Como você vai respeitar o teto se é obrigado a combater uma doença?”, questionou Guedes, que justificou a medida como um “teto retrátil”.

Apesar das observações, Guedes afirmou que não estava atacando o governo atual, mas sendo teórico e “socrático”. Ele pediu desculpa à plateia por não ser mais direto e ressaltou a necessidade de cuidado com as palavras devido à sua experiência.

O ex-ministro questionou a plateia sobre os efeitos do aumento de gastos do governo atual nos juros e comentou a elevação da arrecadação para equilibrar as contas públicas.

“Na hora que o excesso de gasto começa a pressionar aumento de impostos, aí fica todo mundo irritado, aí vem endividamento em bola de neve, juro alto, fica todo mundo irritado de novo”, explicou.

Guedes critica “inchaço” do Estado

Guedes criticou o “inchaço” do Estado e defendeu a ideia de que o governo se concentre em segurança pública, não em atividades como a produção de “chapa de aço”. Ele sugeriu desinvestimentos e privatizações de empresas públicas.

“Quando o Estado começa a ficar grande demais, ele caminha para o totalitarismo”, afirmou Guedes, que mencionou o controle da mídia e a perseguição de pessoas.

Para o equilíbrio fiscal, Guedes propôs a criação de uma meta de dívida pública, uma regra que, segundo ele, deve valer para qualquer governo.

Ele defendeu ainda o fato de que os governos sejam obrigados a desestatizar, desalavancar e desobrigar o Estado de gastos em caso de estouro da meta de dívida.

“Não preciso cortar gastos, só não posso deixar subir”, disse. “Em situação de crise, eu sou obrigado a fazer isso. ‘Ah, mas acabou tudo [a crise] de novo’. Ok, pode até criar mais quatro estatais aí, se tiver juros baixinhos, economia crescendo e a dívida pública na faixa de baixo, cria aí estatal.”

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