Estatal enfrenta grave crise financeira e administrativa
Os Correios desembolsaram R$ 1,3 milhão para patrocinar o Encontro de Novos Prefeitos 2025, evento que está sendo realizado em Brasília e ocorre entre a terça-feira 11 e a quinta-feira 13.
Organizado pela Presidência da República, com a participação de associações municipais, o encontro teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no painel de abertura.
A estatal enfrenta uma grave crise financeira e administrativa, com déficit de R$ 3,2 bilhões em 2024. Apenas em janeiro de 2025, o prejuízo já se aproxima dos R$ 500 milhões.
Na justificativa para o patrocínio do evento, os Correios afirmam que a iniciativa representa uma “oportunidade de ampliação do alcance de seu público-alvo, ao mesmo tempo em que fortalece sua imagem e relevância no cenário nacional”.
Mesmo diante dos problemas financeiros, os investimentos da estatal em patrocínios aumentaram significativamente. No fim de 2024, o portal Poder360 revelou que até a 36ª Feira Internacional do Livro de Bogotá, na Colômbia, recebeu recursos dos Correios.
Além do presidente Lula, pelo menos 17 ministros do governo participam do encontro com prefeitos.
Em crise histórica, Correios atrasam salário de funcionários
A crise histórica nos Correios resultou no atraso do salário de parte dos funcionários em janeiro. Os trabalhadores, sobretudo os de São Paulo, não receberam seus vencimentos, que devem ser pagos no último dia útil do mês. A estatal tem cerca de 85 mil empregados diretos.
Em 2024, sob a gestão de Fabiano Silva dos Santos, os Correios tiveram o maior prejuízo já registrado: R$ 3,2 bilhões.
O Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo (Sintect-SP) protocolou um ofício para cobrar a direção. Ao site Poder360, o presidente do sindicato, Elias Diviza, afirmou, na terça-feira 4, que a decisão de centralizar os serviços de recursos humanos (RH) em Minas Gerais desorganizou o sistema.
“Deram a explicação de que houve falha no sistema do RH”, relatou o presidente do Sintect-SP. “Já tivemos esse mesmo problema com o tíquete. É falta de planejamento e gestão. Tem que voltar a ter RH em São Paulo e Rio.”