Voto do ministro pela absolvição de Bolsonaro e outros aliados gerou ofensas vindas de esquerdistas pelas redes sociais
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) divulgou nota, nesta sexta-feira, 12, em que condena ataques antissemitas contra o ministro Luiz Fux, depois do voto dele no julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados.
Fux defendeu a anulação do julgamento e, diante da determinação da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de realizá-lo, votou pela absolvição de quase todos os acusados.
A posição do ministro gerou manifestações antissemitas vindas de esquerdistas pelas redes sociais. As ofensas ocorreram, inclusive, enquanto ele lia seu voto pela anulação do julgamento do chamado “núcleo 1” da ação penal em análise pelo STF. Entre as postagens, havia críticas e referências a ele ser “judeu” e “sionista”.
Tais insultos foram repudiados pela Conib, que classificou como “alarmante a explosão de ataques antissemitas contra o ministro Luiz Fux”. “Pode-se concordar ou não com as suas decisões no STF, mas atacá-lo por sua religião é crime segundo a legislação do nosso país”, prosseguiu a entidade. “Ataques contra a comunidade judaica brasileira cresceram em 350% desde 2022. A luta contra o antissemitismo e os discursos de ódio é uma só luta, e uma luta de todos.”
Fux hostilizado por estagiária
A intolerância também chegou a alguns órgãos públicos, como a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Uma estagiária foi demitida pela instituição, na quinta-feira 11 por ter publicado em sua conta no X que Fux “tem que “morrer”.
A demissão ocorreu porque o deputado distrital Robério Negreiros (PSD) acionou a mesa diretora da CLDF para que fossem tomadas providências.
A onda de antissemitismo teve um forte aumento depois da incursão das Forças de Defesa de Israel na Faixa de Gaza, para reagir aos ataques do grupo terrorista Hamas, em 7 de outubro de 2023.