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Esquerda Latino-Americana Se Volta Contra Maduro Antes do Retorno de Trump

Foto – Federico Parra/AFP

O presidente de extrema-esquerda da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou nesta terça-feira que a eleição presidencial fraudulenta de 28 de julho na Venezuela foi “um erro” devido ao que ele descreveu como a “condução obscura” dos resultados por parte do ditador socialista Nicolás Maduro.

Petro também atribuiu parte da responsabilidade pela eleição fraudulenta aos Estados Unidos, alegando que um suposto “bloqueio” imposto ao regime socialista teria contribuído para o ocorrido.

O presidente colombiano fez essas declarações ao jornal brasileiro O Globo durante o encontro anual do G20, realizado esta semana no Rio de Janeiro sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Embora a Colômbia não seja membro do G20, Lula convidou Petro, alinhado à esquerda, para participar do evento como convidado.

Petro abordou as eleições de julho, nas quais Maduro se declarou vencedor sem apresentar qualquer apuração de votos.

Fraude Eleitoral e Reações Internacionais

O regime socialista recusou-se a publicar dados que corroborassem a vitória anunciada, gerando condenação internacional generalizada. A oposição venezuelana contestou os resultados e divulgou apurações próprias, alegando que seu candidato no exílio, Edmundo González, derrotou Maduro por ampla margem.

Nos meses seguintes à eleição, tanto Petro quanto Lula pediram que Maduro apresentasse provas de sua vitória. Petro afirmou agora acreditar que as eleições foram um “erro” devido à recusa de Maduro em publicar evidências, mas também culpou os Estados Unidos pelo bloqueio econômico imposto ao regime.

“Hoje considero que as eleições [na Venezuela] foram um erro. Apoiei sua realização, mas não há voto livre sob um bloqueio [dos Estados Unidos]”, disse Petro.

“Assim como as eleições são criticadas pelo comportamento obscuro do governo venezuelano — sem clareza sobre a vitória alegada, pois não apresentaram atas —, igualmente obscuro, e talvez mais, é forçar um país a realizar eleições sob a ameaça de um bloqueio econômico”, continuou.

Relações com Maduro e o “Bloqueio”

Petro, o primeiro presidente de esquerda da Colômbia e ex-membro da guerrilha marxista M19, restaurou os laços diplomáticos com o regime socialista poucos dias após assumir o cargo em agosto de 2022.

Ele afirma que o regime autoritário de Maduro é vítima de um “bloqueio” devido às sanções impostas pelos Estados Unidos durante o governo de Donald Trump, em resposta a violações de direitos humanos cometidas pelos socialistas venezuelanos contra a própria população.

“Estão dizendo ao povo que, se não votarem no candidato que eles querem, morrerão de fome. Eleições livres não podem ser assim”, disse Petro.

“Não há garantia de liberdade se aqueles que votam na oposição são presos no dia seguinte. Mas também deve haver liberdade para aqueles que querem votar no governo sem medo do bloqueio”, acrescentou.

Petro afirmou que a queda do “bloqueio” e garantias plenas para eleições livres devem ser objetivos a médio prazo, mas ressaltou: “Precisamos de mais tempo antes de alcançar isso.”

Maduro e a Falta de Transparência

Embora o governo Biden tenha concedido um alívio temporário de seis meses nas sanções de petróleo e gás em troca de promessas vagas de eleições livres em 2024, Maduro não se comprometeu em realizar uma votação legítima. Em vez disso, organizou o pleito fraudulento em julho.

Petro, Lula e o ex-presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, buscaram mediar com Maduro para que ele apresentasse provas de sua vitória eleitoral, mas sem sucesso.

Petro afirmou que “não é mais possível” pressionar Maduro por meio de coalizões como a formada com Lula e López Obrador.

“A exigência por uma mudança radical no governo, neste momento, é irrealista”, declarou Petro. “Mas acredito que chegará o momento em que os venezuelanos saberão que, ao dialogarem entre si, conseguirão livrar o país de agentes nocivos à sociedade, vindos de potências mais interessadas em petróleo do que em qualquer outra coisa.”

Posição de Lula e Afastamento do Brasil

O chanceler colombiano, Luis Murillo, declarou em outubro que seu país não reconhecerá a vitória de Maduro caso ele não apresente os dados eleitorais até 10 de janeiro de 2025, quando termina seu atual mandato ilegítimo de seis anos.

Celso Amorim, principal assessor de política externa de Lula, afirmou ao O Globo que Maduro prometeu apresentar dados que comprovariam sua vitória, mas não o fez, caracterizando uma “quebra de confiança”.

A relutância de Maduro em fornecer provas levou o Brasil a rejeitar a entrada da Venezuela no bloco BRICS, durante a última cúpula realizada na Rússia.

O regime de Maduro respondeu com ameaças, acusando Lula de fingir uma lesão na cabeça para boicotar a presença da Venezuela na reunião do BRICS.

Sob o governo da sucessora de López Obrador, Claudia Sheinbaum, o México anunciou uma postura “imparcial” em relação à Venezuela.

Enquanto isso, o jornal brasileiro Folha de S. Paulo informou que o governo Lula entrou em “modo de contenção de danos” e que o presidente não deve comparecer à posse de Maduro em janeiro de 2025.

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