Foto - Ricardo Stuckert
O Estadão afirma que a escolha de Paulo Pimenta para o Ministério de Apoio à Reconstrução do RS tem motivação política.
Em editorial publicado na edição desta sexta-feira, 17, o jornal O Estado de S. Paulo afirmou que a escolha de Paulo Pimenta, ex-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom), para o Ministério Extraordinário para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, tem motivação claríssima de “explorar politicamente a tragédia daquele Estado”. “Para que não restassem dúvidas, o demiurgo petista transformou o anúncio das medidas num comício obsceno, em que anunciou até que vai disputar ‘mais dez eleições’.”
Além de destacar a “obscura” função do recém-criado ministério, o jornal lembra que “a única parte do currículo do sr. Pimenta que o liga à catástrofe do Rio Grande do Sul é sua origem gaúcha”. “Mas ele não foi escolhido, é evidente, por seu talento executivo”, acentua o Estadão, lembrando que Pimenta é cotado para ser o candidato do PT ao governo do Rio Grande do Sul em 2026 “e nada melhor para uma campanha eleitoral antecipada do que ganhar a atenção dos aflitos eleitores gaúchos nos próximos meses”.
Outra motivação política, lista o Estadão, é a necessidade de Lula de promover sua imagem dando ao seu “notório ministro da propaganda a tarefa de alardear os supostos feitos do Palácio do Planalto neste momento de grande comoção nacional”.
O jornal afirma que a União certamente tem papel fundamental na reconstrução do Rio Grande do Sul, mas isso deve ser feito “da forma constitucionalmente adequada, vale dizer, respeitando a Federação; e, segundo, utilizando os meios corretos”.
São o governador, Eduardo Leite, e os prefeitos os responsáveis por liderar as ações de reconstrução do Estado, lidando com o ônus político de governar. “Ao governo federal cabe somente apoiar os líderes locais, facilitando a transferência de dinheiro e a mobilização de recursos humanos para o Rio Grande do Sul”, explica o Estadão.
O jornal conclui que “ajudar não é se intrometer”. “A criação desse ministério extraordinário — na exata medida dos interesses políticos tanto do presidente como do sr. Pimenta — não pode se travestir de intervenção federal no Estado, menos ainda como intervenção mal disfarçada. Enquanto papéis e responsabilidades não estiverem muito bem definidos, é lícita a inferência de que essa nova pasta não se prestará a outra coisa senão à politicagem em meio à tragédia climática e humanitária”, finaliza.