Foto - Ricardo Stuckert
Em editorial, o Estadão critica o recente discurso de Lula na posse de Magda Chambriard, a nova presidente da Petrobras.
Em editorial publicado na edição desta segunda-feira, 1º, o Estadão lembrou o recente discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na posse de Magda Chambriard, a nova presidente da Petrobras, no qual o petista, mais uma vez acusou a “elite” de tentar destruir a estatal com a Operação Lava Jato e negou quaisquer irregularidades — admitidas pela imensa maioria dos operadores do esquema que resultou no desvio de bilhões do cofres públicos.
“Linha após linha, ali está, documentado para a posteridade, até onde a mendacidade de Lula é capaz de ir para adulterar a realidade na ânsia de reescrever a história e adaptá-la a seus devaneios”, escreveu o jornal. “Esse nosso Hesíodo de fancaria quer fazer o país acreditar que os tenebrosos governos lulopetistas foram, na verdade, a época de ouro do Brasil e que, se a Lava Jato não tivesse aberto a caixa de Pandora, ainda estaríamos cercados de pastores e ninfas numa Arcádia onde reinaria a felicidade absoluta.”
No discurso, Lula voltou a exaltar o projeto, agora fracassado, de desenvolvimento da indústria naval, financiado pela Petrobras. “Se piada fosse, não teria graça”, diz o Estadão. “Não sendo, é uma agressão aos fatos: como se sabe, grande parte dos estaleiros está abandonada em razão da evidente incapacidade do setor de concorrer com a indústria estrangeira — de resto um resultado óbvio diante da obtusa exigência de conteúdo nacional e da ausência de mão de obra qualificada, entre outros fatores que Lula e os petistas, na sua megalomania, ignoraram.”
Ao omitir o fracasso completo do projeto, Lula mencionou os casos de corrupção, mas tocou no assunto “fazendo questão de violentar a memória coletiva nacional, não só ao negar que tenha havido corrupção, como ao responsabilizar pela destruição da empresa aqueles que denunciaram a corrupção”.
Mais uma vez, o presidente atribuiu a investigação da Petrobras à “elite política e econômica deste país”, que segundo ele “não tem nenhum compromisso com a soberania do Brasil e a vida do nosso povo”. “Ou seja, na mitologia de Lula, a ‘era de ouro’ do Brasil e da Petrobras foi subitamente encerrada quando uma tal ‘elite’ decidiu destruir o país”, diz o Estadão.
Adiante, no discurso, Lula declarou: “Aqui estamos, de volta, para reconstruir a Petrobras e o Brasil.” Para o Estadão, Lula age “como se sua parolagem bastasse para que o país esquecesse que, na longa e tenebrosa era do lulopetismo no poder, a Petrobras praticamente quebrou e o Brasil empobreceu”.
O jornal conclui o editorial ao afirmar que há um trecho verdadeiro no discurso de Lula.
“É quando ele diz que ‘a desgraça da primeira mentira é que você passa o resto da vida mentindo para poder justificar as mentiras’. Ele se referia à ‘leviandade das denúncias contra a Petrobras’, mas poderia perfeitamente, caso se tornasse subitamente honesto, estar se referindo a si mesmo.”
É o mesmo caso do trecho no qual diz que é inútil esperar que pessoas levianas “tenham a coragem de pedir desculpas pelo engano cometido”, porque “o pedido de desculpa é uma demonstração de grandeza, e os acusadores não têm grandeza para pedir desculpa pelos erros que cometeram”. “Exato: se alguém está esperando que Lula afinal reconheça os incontáveis e brutais erros que cometeu, é melhor esperar sentado”, conclui o Estadão.
Respostas de 2
Pois é, Paulo, mas antes de qualquer coisa, eles – o Estadão – deveria pedir desculpas à Nação pelo engodo que estimulou a acontecer. Engodo é pouco, tragédia. Estou com 77 anos, nunca pensei viver um momento como esse. Chego a agradecer a Deus por ter levado meu maravilhoso marido antes de ver seu Brasil nesta situação.
Eu acredito na Lavajato. Mesmo com os erros que cometeu. O resto é mentira desse cangaceiro que, espero, esteja no final do seu nababesco, inconsequente e furtado mandato.