Saída de recursos do exterior interrompe 2 meses seguidos de entrada líquida de investimentos na Bolsa; no ano, saldo é positivo (R$ 23 bi)
Os investidores estrangeiros retiraram R$ 3,5 bilhões da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) na parcial de julho de 2025. Na 3ª feira (15.jul.2025), o último dado diário disponível, houve saída líquida de R$ 1,1 bilhão do mercado de ações.
A saída parcial de capital estrangeiro interrompe sequência de 2 meses consecutivos com entrada de recursos na Bolsa de Valores. A B3 registrou investimento líquido de R$ 10,6 bilhões em maio e de R$ 5,4 bilhões em junho. No ano, o saldo está positivo em R$ 23,0 bilhões.

A saída indica menor confiança no mercado brasileiro. Esse movimento pressiona o câmbio, reduz a liquidez da bolsa e pode encarecer o custo de financiamento para empresas. Também sinaliza cautela com o cenário fiscal e político do país.
O Ibovespa, principal índice da B3, caiu por 7 pregões seguidos de 7 a 15 de julho. Na 4ª feira (16.jul), teve leve alta de 0,19%, mas voltou a registrar queda nesta 5ª feira (17.jul).
Às 11h25, caía 0,30%, aos 135.106 pontos. Ao considerar essa cotação, o índice recuou 2,70% no acumulado parcial do mês.
Os agentes financeiros acompanham o desenrolar sobre as tarifas de 50% impostas pelo governo dos Estados Unidos contra o Brasil e os possíveis impactos na economia brasileira. O cenário de incerteza fiscal também está no radar dos investidores.

Rafael Furlanetti, sócio-diretor da XP, disse que, se o investidor estrangeiro começar a vender, será “difícil encontrar um comprador marginal”. Avaliou que a saída de capital externo é um movimento “perigoso”.
E completou: “[O estrangeiro] Tem sido o principal comprador do ano, alocando em mercados emergentes para fugir da turbulência da guerra tarifária. Em tese, o Brasil — por ser exportador de commodities — estaria menos exposto. Esse é um dos grandes temas nas mesas de operação nesta semana”.
Saída de recursos do exterior interrompe 2 meses seguidos de entrada líquida de investimentos; no ano, saldo está positivo em R$ 23,0 bilhões
