Presidente anuncia ataque a três instalações nucleares iranianas e alerta Teerã sobre represálias
O presidente Donald Trump anunciou no sábado à noite que os Estados Unidos bombardearam três sites nucleares no Irã, declarando que se dirigiria à nação às 22h (horário do leste dos EUA). Ele pediu ao Irã que busque a paz.
Trump afirmou que as principais instalações nucleares do Irã foram “completa e totalmente obliteradas” em um discurso televisionado da Casa Branca, ao lado do vice-presidente JD Vance, secretário de Defesa Pete Hegseth e secretário de Estado Marco Rubio.
Detalhes da operação militar
Os ataques incluíram os sites de Fordow, Natanz e Isfahan, com bombardeiros B-2 americanos utilizando bombas “perfuradoras de bunker” de 30.000 libras (13.500 quilos), conhecidas como Penetradores Massivos de Artilharia (GBU-57 MOP).
Na quinta-feira, a Casa Branca havia dito que Trump decidiu dar ao Irã mais duas semanas para negociar, esperando que o país concordasse em abandonar seu programa de enriquecimento nuclear em troca do fim da guerra.
O ataque ao site fortificado de Fordow, localizado aproximadamente 90 metros abaixo de uma montanha, cerca de 160 quilômetros ao sul de Teerã, foi especialmente significativo. Apenas os EUA possuem as bombas “perfuradoras de bunker” poderosas o suficiente para alcançar essa instalação, que está escavada na encosta de uma montanha.
Reações políticas divididas
O presidente da Câmara, Mike Johnson (republicano da Louisiana), aplaudiu a decisão de Trump, observando que também enviou uma mensagem. Os presidentes dos comitês de inteligência do Senado e da Câmara também manifestaram apoio à decisão de Trump.
A consideração de Trump sobre os ataques na semana passada dividiu seus principais aliados, separando os isolacionistas alinhados ao MAGA, temerosos de outra guerra americana no Oriente Médio, das vozes conservadoras mais belicosas como o senador Lindsey Graham.
Apoio democrata limitado: Embora dados de pesquisa mostrassem que uma pluralidade de americanos favorecia um ataque aéreo ou naval aos sites nucleares do Irã (mas não o uso de tropas terrestres), vários democratas proeminentes criticaram a ação militar no sábado.
O senador John Fetterman (democrata da Pensilvânia), um forte apoiador de Israel, compartilhou seu apoio à decisão de Trump de atacar. Porém, o líder da minoria da Câmara, Hakeem Jeffries (democrata de Nova York), se opôs ao ataque ao Irã.
Operação militar e resposta presidencial
Relatórios não confirmados inicialmente sugeriram que os Estados Unidos poderiam ter usado até 30 bombas “perfuradoras de bunker” GBU-57 na operação. Posteriormente, a Fox News confirmou que seis bombas perfuradoras de bunker foram especificamente direcionadas à instalação de Fordow, enquanto mísseis Tomahawk foram lançados contra os complexos de Natanz e Isfahan.
Trump descreveu pessoalmente o ataque como um “sucesso incrível” em entrevistas com várias emissoras de televisão. A CNN reportou que os Estados Unidos notificaram Israel momentos antes de lançar a operação militar, coordenando a ação com o aliado regional.
Em seu pronunciamento oficial à nação, Trump estava acompanhado de autoridades de alto escalão do governo, incluindo o vice-presidente JD Vance, o secretário de Defesa Pete Hegseth e o secretário de Estado Marco Rubio. Durante o discurso, o presidente classificou a missão como um “sucesso espetacular” e declarou categoricamente que as instalações nucleares iranianas foram “completa e totalmente obliteradas”.
Reação iraniana e escalada regional
O principal diplomata do Irã alertou no domingo que os ataques americanos a seus sites nucleares “terão consequências duradouras” e que Teerã “reserva todas as opções” para retaliar. A agência nuclear iraniana condenou os ataques em declaração desafiadora e prometeu que seu programa nuclear continuará.
A televisão estatal iraniana ameaçou bases militares americanas no Oriente Médio, que já estavam em estado de alerta máximo. Em resposta às ameaças de retaliação, o governo israelense ordenou que os cidadãos observassem um nível mais alto de alerta em caso de represálias do Irã.
A resposta militar iraniana não tardou a chegar. Sirenes de ataque aéreo soaram por todo o norte e centro de Israel quando o Irã lançou uma barragem de drones e mísseis balísticos contra território israelense. Este ataque representou uma escalada significativa, com um drone conseguindo atingir uma casa civil perto da fronteira jordaniana – marcando o primeiro ataque de drone iraniano bem-sucedido desde o início da guerra.
Relatórios iniciais de danos indicaram que um míssil iraniano pode ter atingido o centro da cidade de Haifa, enquanto outro projétil caiu ao sul de Tel Aviv. Os ataques resultaram em ferimentos limitados, mas demonstraram a capacidade iraniana de penetrar as defesas israelenses. Desde o início do conflito entre Israel e Irã, mais de 450 mísseis foram disparados contra território israelense, de acordo com os números oficiais do Diretório Nacional de Diplomacia Pública de Israel.
Reações internacionais
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu elogiou a decisão de Trump de atacar em uma mensagem de vídeo dirigida ao presidente americano. “Sua decisão corajosa de atingir as instalações nucleares do Irã, com o poder impressionante e justo dos Estados Unidos, mudará a história”.
Líderes latino-americanos reagiram com menos entusiasmo, desde apoio ao retorno à diplomacia até condenação direta. O México pediu “diálogo diplomático urgente para a paz”, enquanto a Venezuela condenou “a agressão militar contra o Irã”.
Contexto estratégico
A decisão de envolver diretamente os EUA na guerra ocorre após mais de uma semana de ataques de Israel ao Irã que visavam erradicar sistematicamente as defesas aéreas e capacidades de mísseis ofensivos do país, enquanto danificavam suas instalações de enriquecimento nuclear.
Trump havia buscado inicialmente negociar um novo acordo nuclear com o Irã – um para substituir o acordo da era Obama que ele abandonou em 2018, apesar da aparente conformidade do Irã. Mas nos dias após os ataques iniciais de Israel ao Irã no início deste mês, ele se tornou cada vez mais vocal em sua oposição ao Irã.
O ataque marca uma grande escalada na guerra emergente entre Irã e Israel e veio apesar de anos de promessas do presidente Trump de manter os EUA longe de entrar em outro conflito no Oriente Médio.
Crédito Breitbart