Colombiano também criticou o presidente Donald Trump e defendeu a formação de um exército internacional
O Departamento de Estado dos Estados Unidos decidiu revogar o visto do presidente da Colômbia, Gustavo Petro. O anúncio ocorreu nesta sexta-feira, 26, em resposta a um discurso inflamado do ex-guerrilheiro durante uma manifestação em Nova York.
Em postagem nas redes sociais, o Departamento de Estado dos EUA classificou as declarações de Petro como “ações imprudentes e incendiárias”.
O líder colombiano havia pedido que soldados norte-americanos desobedecessem a ordens superiores, principalmente às do presidente Donald Trump. Durante um protesto contra o Estado de Israel, ele usou um megafone para discursar à multidão.
“É por isso que, daqui de Nova York, peço a todos os soldados do Exército dos EUA que não apontem suas armas para o povo”, disse o presidente. “Desobedeçam às ordens de Trump. Obedeçam às ordens da humanidade.”
Earlier today, Colombian president @petrogustavo stood on a NYC street and urged U.S. soldiers to disobey orders and incite violence.
We will revoke Petro’s visa due to his reckless and incendiary actions.— Department of State (@StateDept) September 27, 2025
Petro também defendeu a formação de um exército internacional. Nesse sentido, afirmou que esse contingente deveria superar em número e potência as Forças Armadas norte-americanas.
Petro condena operações militares dos Estados Unidos no Caribe
O presidente colombiano participou da Assembleia Geral das Nações Unidas nesta semana. No discurso oficial, criticou duramente Trump e exigiu investigação internacional contra operações militares dos EUA no Caribe.
Petro afirmou que “jovens pobres” morreram durante ações contra embarcações ligadas ao tráfico de drogas. Segundo ele, os ataques vitimaram mais de uma dúzia de pessoas, incluindo colombianos.
No entanto, Washington sustenta que as operações integram uma ofensiva contra o narcotráfico na costa da Venezuela. Ao todo, a mobilização envolveu o envio de oito navios de guerra e um submarino, no maior deslocamento militar norte-americano na região em anos.
Ministro critica reação norte-americana e menciona Israel
Aliado de Petro, o ministro do Interior da Colômbia, Armando Benedetti, protestou contra a medida norte-americana. Em publicação no X, ele sugeriu que o visto do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, é que deveria ter sido revogado.
“Mas como o império o protege, ele está descontando no único presidente que foi capaz de lhe dizer a verdade na cara”, escreveu Benedetti.
Na terça-feira 16, os Estados Unidos anunciaram que encerraram sua parceria antidrogas com a Colômbia. A decisão veio depois do envio de um documento da Casa Branca ao Congresso norte-americano. Conforme o texto, “a produção de coca e de cocaína atingiu níveis recordes sob o governo de Gustavo Petro”.