EUA resgatam opositores de Nicolás Maduro da Embaixada da Argentina em Caracas
Assessores de María Corina estavam asilados havia mais de um ano na embaixada tutelada pelo governo Lula na capital venezuelana
Os Estados Unidos confirmaram nesta terça-feira, 6, a entrada em solo norte-americano de cinco opositores venezuelanos que estavam asilados na Embaixada da Argentina em Caracas, prédio diplomático tutelado pelo governo brasileiro.
Ligado à líder María Corina Machado, o grupo deixou o local depois de uma operação de resgate que contou com apoio internacional e sigilo diplomático. Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, celebrou o desfecho da missão.
“Os Estados Unidos saúdam o bem-sucedido resgate de todos os reféns do regime Maduro na embaixada argentina em Caracas”, compartilhou Rubio em suas redes sociais.
The U.S. welcomes the successful rescue of all hostages held by the Maduro regime at the Argentinian Embassy in Caracas.
Following a precise operation, all hostages are now safely on U.S. soil. Maduro's illegitimate regime has undermined Venezuela's institutions, violated human…
Rubio também escreveu: “Os EUA comemoram o resgate bem-sucedido de todos os reféns mantidos pelo regime de Maduro na Embaixada Argentina em Caracas. Depois de uma operação precisa, todos os reféns estão agora em segurança em solo americano. O regime ilegítimo de Maduro minou as instituições venezuelanas, violou os direitos humanos e colocou em risco nossa segurança regional.”
O governo da Argentina agradeceu publicamente o apoio dos EUA. A operação, que não teve detalhes revelados, envolveu concessão de salvo-condutos aos asilados, de acordo com informações do jornal pró-regime Venezuela News.
Segundo o veículo, representantes internacionais e a ditadura de Nicolás Maduro firmaram o documento depois de “negociações intensas”. Os opositores estavam sob proteção da embaixada desde março do ano passado.
O grupo procurou abrigo no local diante do cerco imposto pela Venezuela às vésperas das eleições presidenciais. O procurador-geral do país, aliado de Maduro, havia expedido mandados de prisão contra os cinco assessores.
Brasil ficou à margem da operação dos EUA
O Brasil, por exemplo, que assumira a custódia da embaixada argentina depois da expulsão dos diplomatas por ordem de Maduro, não participou diretamente do resgate.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o Itamaraty insistiu pela concessão de salvo-conduto, mas não foi informado sobre a articulação final, liderada pelos EUA.
Depois das críticas do presidente argentino, Javier Milei, à reeleição de Maduro, o regime chavista expulsou a missão diplomática da Argentina e ameaçou romper o acordo de custódia com o Brasil.
Mesmo assim, o Itamaraty informou, na ocasião, que manteria a responsabilidade até que outro país fosse indicado como substituto.
Seis pessoas compunham o grupo original. Em dezembro, um dos membros, Fernando Martínez Mottola, decidiu deixar a embaixada. As autoridades venezuelanas lhe concederam liberdade condicional. Ele morreu dois meses depois, em fevereiro, por complicações de saúde.