Ofac amplia lista de alvos e inclui companhias de navegação e seis barcos ligados à logística petrolífera da ditadura chavista
Nesta quinta-feira, 11, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos ampliou o cerco ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ao incluir nomes e empresas na lista de sanções da Oficina de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac).
A ação atinge sobrinhos de Cilia Flores, mulher de Maduro, um ex-tesoureiro nacional, um empresário ligado à família presidencial e seis companhias de navegação, além de seis petroleiros usados na exportação de petróleo venezuelano.
Conforme as autoridades norte-americanas, as sanções da Ofac recaem sobre Efraín Flores e Franqui Flores, conhecidos como “narco-sobrinos”. Eles foram presos nos EUA em 2015 por conspirar para transportar centenas de quilos de cocaína e condenados no ano seguinte.
Libertados em 2022 em troca negociada pelo governo Biden, retornaram à Venezuela, onde, segundo o departamento, voltaram a atuar em atividades de tráfico de drogas.
Os EUA também incluíram Carlos Erik Malpica Flores, ex-tesoureiro nacional e ex-vice-presidente da PDVSA, a “Petrobras da Venezuela”. O Tesouro afirma que ele participou de desvios bilionários da estatal e integra a “rede familiar de corrupção, peculato e narcotráfico do regime”.
Outros alvos dos EUA na Venezuela
Outro alvo dos EUA é o empresário Ramon Carretero Napolitano, apontado como operador logístico que facilita exportações de petróleo para a Ásia, em associação com membros da família Flores. Carretero teria prestado serviços a empresas que movimentavam petróleo venezuelano em operações irregulares.
De acordo com o comunicado, as sanções também atingem seis empresas registradas nas Ilhas Marshall, nas Ilhas Virgens Britânicas e no Reino Unido, responsáveis por administrar navios empregados em rotas clandestinas de petróleo: Myra Marine Limited, Arctic Voyager Incorporated, Poweroy Investment Limited, Ready Great Limited, Sino Marine Services Limited e Full Happy Limited.
Entre os navios bloqueados estão o Wante Crane, o Kibara, o H. Constancia, o Lattivia, o Tamia e o Monique, todos identificados como parte de operações que incluíam desligamento de transponders, alteração de sinais de localização e tentativas de ocultar carregamentos.
De acordo com o Tesouro, as sanções miram “membros ilegítimos do regime de Maduro e pessoas que burlam mecanismos de controle no setor petrolífero”, com o objetivo de conter redes que sustentam “corrupção, peculato e narcotráfico” associados ao governo venezuelano. A pasta afirmou que Maduro continua a negar valores democráticos, perseguir opositores e utilizar recursos ilícitos para permanecer no poder, em descumprimento de compromissos assumidos com os EUA em 2023.
Efeitos
Com o bloqueio, todos os bens e os interesses dos designados sob jurisdição norte-americana ficam congelados, e cidadãos e empresas dos EUA estão proibidos de realizar transações com eles.
Além disso, instituições financeiras estrangeiras que facilitarem operações também podem ser alvo de sanções. Segundo o Tesouro, o objetivo não é punir o povo venezuelano, mas alterar o comportamento do regime de Maduro.





