Especialistas levantam o motivo de o telhado onde o atirador estava não ter sido protegido e se o Serviço Secreto tinha alertas sobre o homem
Detalhes analisados depois do ataque ao comício do ex-presidente Donald Trump, no último sábado, 13, fizeram ex-agentes do Serviço Secreto dos Estados Unidos questionarem a atuação do órgão.
Entre as indagações, os especialistas levantam o motivo de o telhado onde o atirador estava não ter sido protegido com antecedência, se o órgão tinha alertas sobre o homem e que se dependeu demais da polícia local. Além disso, perguntam se o evento recebeu os recursos adequados e, ainda, se Trump saiu do palco com a rapidez ideal.
Em razão do ocorrido em Butler, na Pensilvânia, Trump levou um tiro na orelha, um espectador morreu e outros dois ficaram gravemente feridos, no ataque de Thomas Matthew Crooks.
A proteção de presidentes, vice-presidentes e ex-presidentes está entre as responsabilidades legais do Serviço Secreto norte-americano. Por isso, a investigação do incidente está a cargo do FBI.
O Serviço Secreto informou que “está trabalhando para descobrir o que aconteceu, como aconteceu e como pode evitar que um incidente como esse volte a ocorrer”. A chefe do órgão, Kimberly Cheatle, vai depor em um comitê da Câmara dos EUA no dia 22.
Vulnerabilidades de segurança do Serviço Secreto e testemunhas
Uma testemunha ocular disse à BBC que ele e outras pessoas haviam “claramente avistado” Crooks rastejando pelo telhado com um rifle. O grupo teria alertado a polícia.
O agente especial do FBI Kevin Rojek admitiu que foi “surpreendente” o fato de o atirador conseguir abrir fogo. O xerife local confirmou que Crooks foi avistado por um policial, mas que o oficial não conseguiu detê-lo a tempo.
Crooks já estava no radar das autoridades, conforme um policial informou anonimamente à CNN. A polícia achou que ele estava agindo de forma suspeita perto do evento e repassou tal informação ao Serviço Secreto.
No entanto, segundo a mídia dos Estados Unidos, o local de onde o atirador disparou era uma área patrulhada pela polícia da cidade e do Estado, e não pelo Serviço Secreto.
De acordo com a NBC News, o telhado era uma vulnerabilidade conhecida antes do evento. “Alguém deveria estar no telhado ou protegendo o prédio para que ninguém pudesse subir no telhado”, citou uma das fontes da empresa.
Além disso, a linha de visão do telhado à área onde estava Trump deveria estar bloqueada, segundo o secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas.