Edwaldo Willis de Carvalho está há mais de 20 anos no partido e é critico do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O diretor do Complexo-Médico Penal de Pinhais (PR), Edwaldo Willis de Carvalho, é filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT). É nessa unidade prisional que Filipe Martins, ex-assessor especial do ex-presidente Jair Bolsonaro, está preso sob acusação de ter viajado para os Estados Unidos em dezembro 2022.
Documento obtido com exclusividade por Oeste revela que Edwaldo se filiou ao PT em 10 de janeiro de 2001. Sua ficha consta como “regularizada”, ou seja, ele permanece vinculado ao partido.
Nas redes sociais, o diretor do presídio critica Bolsonaro e seus aliados. Em uma das publicações, por exemplo, Edwaldo celebra uma suposta pesquisa eleitoral que mostrava que 70% do eleitorado considerava o governo Bolsonaro “péssimo” ou “ruim”.
Ele ainda curtiu uma reportagem do portal g1, segundo a qual a maioria considerava Bolsonaro “despreparado, desonesto, indeciso, incompetente, falso, pouco inteligente e autoritário”.
Em uma terceira publicação, já apagada das redes sociais, Edwaldo ri da prisão de Filipe Martins.
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Filipe Martins pode ser morto na prisão, diz advogado
Na semana passada, o desembargador aposentado Sebastião Coelho afirmou que Filipe Martins está sofrendo retaliações no Complexo Médico-Penal de Pinhais. O ex-magistrado assumiu a defesa do ex-assessor recentemente.
“O diretor do presídio está querendo tirá-lo do trabalho na biblioteca e colocá-lo numa ala com outros detentos, sem se preocupar com a segurança”, disse o advogado, em entrevista ao jornalista Claudio Dantas.
Filipe Martins chegou a ficar isolado na prisão. Depois de um tempo, a direção o colocou numa biblioteca. O ex-assessor passou a trabalhar ali.
Há duas semanas, houve uma reunião para debater a transferência de Filipe Martins para uma ala de outros detentos. A ida do ex-assessor para outro local do presídio pode colocar a vida dele em risco, segundo Sebastião Coelho. – “Esse moço pode ser morto na prisão”, afirmou. “Pode sofrer tortura por presos mandados.”