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Irã diz ter avisado EUA para não intervirem em possível retaliação de Israel; Biden aciona G7 para saída diplomática.
As Forças de Defesa de Israel avaliam uma possível resposta aos ataques do Irã realizados na noite de sábado (13). Pouco antes das 20h (horário de Brasília), as sirenes de ataque aéreo começaram a soar em várias cidades israelenses. Neste domingo (14), Israel afirmou que conseguiu interceptar 99% dos 170 drones, mais de 30 mísseis de cruzeiro e mais de 120 mísseis balísticos iranianos.
“Temos planos, a situação ainda está em curso. Estamos avaliando a situação, mostrando os planos ao gabinete e estamos prontos para fazer o que for necessário para a defesa de Israel”, disse o porta-voz militar israelense, contra-almirante Daniel Hagari, em pronunciamento neste domingo.
O Irã iniciou a ofensiva em resposta a um ataque atribuído a Israel contra um edifício consular iraniano na Síria no início de abril. Na ocasião, dois generais iranianos foram mortos. Israel não reconheceu a autoria.
Hagari confirmou que houve um ataque direto no sábado à base aérea de Nevatim por mísseis balísticos iranianos, mas disse que causou apenas “pequenos danos à infraestrutura” e que a base permanece totalmente operacional. Uma jovem ficou ferida no ataque. Não há outros relatos de danos ou ferimentos graves.
Ele descreveu o uso de mísseis balísticos pelo Irã como um “fator de escalada”. “Quero que você me mostre outro país que enfrenta mais de 110 mísseis balísticos e drones”, disse ele. “Acho que o Irã pretendia obter resultados e não os obteve. Os mísseis balísticos são um fator de escalada. E quando usaram esses números, queriam resultados mais significativos do que o que aconteceu”, falou.
Irã pede que EUA não intervenham; Biden busca saída diplomática
Ainda neste domingo, os principais comandantes das forças iranianas alertaram Israel que o país enfrentaria um ataque maior se optasse por uma retaliação. “Nossa resposta será muito maior do que a ação militar desta noite se Israel retaliar contra o Irã”, disse o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, general Mohammad Bagheri, à TV estatal do país.
A missão do Irã nas Nações Unidas disse que a ação foi uma resposta defensiva “legítima” ao ataque em Damasco. “O assunto pode ser considerado concluído”, afirmou em uma postagem nas redes sociais. “No entanto, se o regime israelense cometer outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa.”
Segundo Bagheri, Teerã alertou Washington que qualquer apoio à retaliação israelense resultaria no ataque a bases dos EUA. Em comunicado, o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, afirmou que “se o regime sionista (Israel) ou os seus apoiantes demonstrarem um comportamento imprudente, receberão uma resposta decisiva e muito mais forte”.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que convocaria uma reunião do G7 no domingo “para coordenar uma resposta diplomática unida ao ataque descarado do Irã”, em linguagem que indica a intenção de evitar a escalada do conflito. Segundo informações da Associated Press, um alto funcionário dos EUA disse que o país informou a Israel que não planeja atacar o Irã diretamente.