FBI tinha 274 agentes à paisana infiltrados nas multidões de 6 de janeiro, diz fonte do Congresso Americano

A divulgação do FBI ao Congresso responde a uma pergunta que se arrastava há muito tempo, mas não revela o que os agentes fizeram naquele dia

O FBI reconheceu que tinha 274 agentes à paisana nas grandes multidões em 6 de janeiro de 2021, mais de quatro anos e meio após surgirem as primeiras dúvidas sobre o nível de envolvimento do órgão naquele dia, apurou a Blaze News.

Uma alta fonte no Congresso disse que o número não é necessariamente uma surpresa, já que o FBI costuma destacar pessoal de contravigilância em grandes eventos.

Mas, dada a recusa até agora firme do FBI em divulgar o grau de sua presença no Capitólio, a cifra ainda pode ser vista com ceticismo em alguns setores.

A notícia surge na esteira de afirmações da Ouvidoria do Departamento de Justiça dos EUA (DOJ OIG, na sigla em inglês) de que o FBI não tinha pessoal infiltrado nas multidões de 6 de janeiro.

“Não encontramos evidências, nos materiais que analisamos ou nos depoimentos que recebemos, mostrando ou sugerindo que o FBI tinha funcionários infiltrados nas várias multidões de protesto, ou no Capitólio, em 6 de janeiro”, disse a Ouvidoria do DOJ em um relatório de 88 páginas publicado em dezembro de 2024.

Dependendo de como se interpretem “agentes infiltrados” versus “agentes à paisana”, ambas as afirmações podem ser verdadeiras.

O mesmo relatório revelou que 26 fontes humanas confidenciais do FBI estavam nas multidões de 6 de janeiro, quatro das quais entraram no Capitólio.

A ouvidoria do DOJ disse que apenas três dos informantes do FBI haviam sido designados pelo órgão para ir a Washington e relatar sobre “alvos de terrorismo doméstico que possivelmente estariam presentes no evento”.

Das 26 fontes, quatro entraram no Capitólio durante os protestos e distúrbios de 6 de janeiro, afirmou o relatório da Ouvidoria. Nenhuma foi autorizada pelo FBI a violar a lei ou entrar em área restrita, “nem qualquer FHC [fonte humana confidencial] foi orientada pelo FBI a incentivar outros a cometer atos ilegais em 6 de janeiro”, diz o documento.

O deputado Barry Loudermilk (republicano da Geórgia), presidente da nova Subcomissão Especial da Câmara sobre 6 de Janeiro, também manifestou determinação em aprofundar a presença do FBI e os papéis de agentes e informantes naquele dia.

“Mas, com tantos informantes pagos no meio da multidão, queremos saber quantos estavam na multidão, quantos estavam no prédio, e também quero saber: foram pagos para informar ou para instigar?”, disse Loudermilk em 23 de setembro, no programa “Just the News”.

Em uma petição judicial de maio de 2024, o ex-réu de 6 de janeiro William Pope listou quase 50 agentes do FBI e outros atuando sob os auspícios do órgão naquele dia — como agentes da Força-Tarefa Conjunta de Combate ao Terrorismo (JTTF), do Serviço de Investigação Criminal da Marinha (NCIS), da contrainteligência do Exército dos EUA e outros que depois redigiram declarações juramentadas de causa provável para mandados de prisão relacionados a 6 de janeiro.

Não está claro se esse pessoal faria parte dos 274 servidores cuja presença o FBI revelou ao Congresso.

O FBI reiteradamente rechaçou tentativas do Congresso de determinar o grau de envolvimento do órgão nas multidões de 6 de janeiro, seja por meio de seus próprios agentes, seja por fontes humanas confidenciais, também conhecidas como informantes.

A revelação provavelmente não diminuirá as perguntas de ex-réus de 6 de janeiro e de outros que há muito questionam se integrantes do FBI participaram ou, ao menos, incitaram os distúrbios nas multidões.

Policiais infiltrados do Departamento de Polícia Metropolitana (MPD) reconheceram ter atiçado as multidões ao ajudar manifestantes a transpor barreiras, encorajá-los a seguir até o Capitólio e aplaudir aqueles que cometiam atos de vandalismo.

A maior parte das imagens de vídeo gravadas por dezenas de policiais infiltrados do MPD em 6 de janeiro nunca foi tornada pública, apesar das tentativas de Pope de obter a divulgação por meio de petições em seu processo criminal relativo a 6 de janeiro.

O FBI também tinha equipes táticas no Capitólio que responderam para ajudar a esvaziar o prédio depois que Ashli Babbitt foi baleada do lado de fora do Lobby da Presidência da Câmara às 14h44. Outras unidades táticas do Bureau of Alcohol, Tobacco, Firearms and Explosives (ATF) e do U.S. Marshals também estavam no local.

Crédito Blaze media

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