Filho do último monarca do Irã diz que ‘República Islâmica chegou ao fim’ e clama por levante popular

Reza Pahlavi vive no exílio desde a revolução de 1979, que derrubou a monarquia comandada por seu pai; ministro israelense disse que país persa voltaria…

— Khamenei, como um rato assustado, esconde-se no subsolo e seus conselheiros estão em desespero — afirmou o ex-príncipe, manifestando esperança de retornar ao país persa diante do enfraquecimento do regime. — O que começou é irreversível. O futuro é brilhante e, juntos, superaremos este momento crítico da história.

Pahlavi é fundador do Conselho Nacional do Irã , um grupo de oposição que atua no exílio, integra o movimento a favor da democracia no país, sendo um crítico proeminente da República Islâmica. Em sua mensagem, ele

— O fim da República Islâmica é o fim da sua guerra de 46 anos contra a nação iraniana. O aparato de repressão do regime está desmoronando. Agora, é necessário um levante nacional para que este pesadelo termine para sempre — clamou Pahlavi, sinalizando que lideraria uma transição do país para a democracia. — Não se preocupam com o amanhã após a queda da República Islâmica. O Irã não enfrentará guerra interna nem instabilidade. Estamos preparados para o dia seguinte à queda, para um período de transição e para estabelecer um governo nacional e democrático para a nação iraniana, pelas mãos da nação iraniana.

Em entrevista à rede britânica BBC no fim de semana, Pahlavi afirmou que o conflito com Israel abriu uma janela de oportunidade para derrubar o regime iraniano.

— Quando se trata de um movimento de desobediência civil e não violência contra um regime muito brutal, em algum momento, as probabilidades têm que começar a mudar a favor do povo. Acho que as pessoas estão sentindo isso agora — afirmou à BBC. — A única solução que, no fim das contas, beneficiará tanto o povo iraniano quanto o mundo livre é que esse regime deixe de existir. Tenho defendido esse ponto desde o início: a solução definitiva é a mudança de regime. O mundo, enfim, poderá respirar aliviado, sem mais temer ameaças nucleares, terrorismo, radicalização e tantos outros riscos.

Clamor por mudança de regime

Em um discurso na semana passada, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que sua disputa não era contra a população persa e fez um aceno para que os iranianos aproveitassem o momento para se rebelar contra a República Islâmica.

Na última sexta-feira, o ministro israelense de Assuntos da Diáspora, Amichai Chikli, compartilhou uma foto com Reza Pahlavi: “o Irã é seu”, escreveu na legenda. “O regime está fraco e dividido. Pode cair. Como eu disse aos meus compatriotas: o Irã é seu e vocês devem reconquistá-lo. Estou com vocês. Mantenham-se fortes e venceremos”, acrescentou Chikli.

Ministro israelense posa ao lado de ex-príncipe herdeiro do Irã — Foto: Reprodução/X
Ministro israelense posa ao lado de ex-príncipe herdeiro do Irã — Foto: Reprodução/X

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, advertiu nesta terça que Khamenei poderia ter um destino “semelhante” ao de Saddam Hussein, presidente iraquiano deposto e posteriormente executado pelos EUA.

“Advirto o ditador iraniano contra continuar a cometer crimes de guerra e lançar mísseis contra civis israelenses”, disse Katz, citado em um comunicado emitido por seu gabinete. “Ele deveria se lembrar do que aconteceu com o ditador no país vizinho ao Irã, que seguiu o mesmo caminho contra Israel.”

Khamenei na mira

Saddam foi deposto na invasão liderada pelos EUA em 2003 e posteriormente capturado e executado. O governo iraquiano, à época, disparou mísseis contra Israel durante a Guerra do Golfo de 1991. Assim como o Irã agora, na época o Iraque foi acusado de executar um programa secreto de armas nucleares — embora nenhuma evidência neste sentido tenha sido encontrada, mesmo durante a invasão.

A intenção de eliminar Khamenei foi colocada em termos diretos na segunda-feira pelo próprio Netanyahu, que antes havia negado a história quando questionado por um jornalista da Fox News. Em uma entrevista à rede americana ABC News, o líder israelense disse que assassinar o líder supremo do Irã “acabaria com o conflito” em vez de aprofundá-lo.

Fontes americanas ouvidas no domingo pela agência de notícias Reuters afirmaram que Trump teria vetado uma proposta israelense para matar Khamenei. De acordo com as duas fontes consultadas, uma das quais ocuparia um cargo sênior no governo americano, Israel teria informado Washington que tinha uma oportunidade concreta de matar Khamenei, mas o governo americano teria impedido a operação.

Fontes ouvidas pela rede britânica BBC em Jerusalém afirmam que a mudança de regime está sendo cada vez mais discutida. Com os ataques, Israel estaria “removendo obstáculos” para que dissidências internas possam agir e tomar o poder.

Em meio à intensificação da guerra entre Irã e Israel, Reza Cyrus Ali Pahlavi, filho do último xá iraniano e príncipe herdeiro antes da monarquia ser derrubada em 1979, disse que a “República Islâmica chegou ao fim” e instou por um levante popular contra o regimes dos aiatolás. A declaração acontece no mesmo dia que o governo israelense ameaçou eliminar o líder supremo do país, Ali Khamenei, no poder desde 1989, após a imprensa internacional repercutir no fim de semana que o presidente americano, Donald Trump, vetou um plano de assassinato do aiatolá.

— A República Islâmica chegou ao fim e está em declínio — disse em um vídeo publicado nas redes sociais nesta terça-feira.

Pahlavi, que vive no exílio nos Estados Unidos desde a revolução de 1979, que estabeleceu o regime dos aiatolás. Segundo ele, o líder supremo do país está escondido como um “rato assustado” diante dos ataques israelenses — que já mataram importantes figuras da alta cúpula militar no país.

Crédito Aliados Brasil

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