Senador afirma que proposta deve avançar com apoio da Câmara e do Senado
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a proposta de anistia “ampla, geral e irrestrita” tem votos suficientes para ser aprovada pelo Congresso Nacional. A declaração foi dada durante entrevista ao programa Arena Oeste desta quinta-feira, 9. “Se não tivéssemos votos para aprovar essa anistia que queremos, já teriam pautado e derrotado a gente”, disse o parlamentar.
Segundo Flávio, o relator do projeto, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), deve apresentar nos próximos dias um texto com o que chamou de “dosimetria”, que propõe a redução de penas. O senador, contudo, defende uma anistia total e acredita que há apoio político para aprová-la tanto na Câmara quanto no Senado. “Tenho certeza de que teremos votos na Câmara dos Deputados”, declarou.
Flávio afirmou que a medida busca corrigir o que considera excessos judiciais nos processos relacionados aos atos de 8 de janeiro. “A anistia trata de possíveis crimes que foram cometidos, não de pessoas, você não consegue individualizar”, explicou. Ele acrescentou que os envolvidos em depredações de patrimônio público devem ser responsabilizados, mas que “quem apenas participou de manifestações pacíficas não pode ser tratado como criminoso”.
O objetivo da anistia, segundo o senador, é restaurar o que considera o equilíbrio institucional. “Eles querem enterrar o Bolsonaro vivo, e a gente vai lutar enquanto existir para acabar com essa injustiça”, afirmou. O parlamentar também mencionou nomes que votaram na Constituinte de 1988 para permitir a anistia a crimes contra o Estado Democrático de Direito, entre eles Michel Temer, Lula e Fernando Henrique Cardoso. “Não tem como defender que isso é inconstitucional”, disse.
Flávio critica atuação de Moraes
Durante a entrevista, Flávio criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem acusou de “ser autor, vítima e relator” nos processos relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a seus apoiadores. “Moraes é uma pessoa que, desde o começo do governo Bolsonaro, já vinha preparando algumas coisas para deixar como se fosse na gaveta”, afirmou. O senador disse ainda que o magistrado teria “procuração dos demais ministros do Supremo” para agir com autonomia.
Flávio relatou que tem visitado o pai com frequência e descreveu o estado de saúde do ex-presidente como instável. “Tem dia que está bem, tem dia que está mais ou menos”, contou. Segundo ele, Bolsonaro vive um momento de “muita angústia e indignação”, por se considerar condenado injustamente. “Meu pai foi condenado pelos próprios inimigos.”
O senador também comentou o processo que resultou na inelegibilidade do ex-presidente. Para ele, a decisão foi “completamente ilegal”. “O Bolsonaro está há duas semanas preso por causa de um processo que ele não foi denunciado”, criticou. “Vai esperar matar o Bolsonaro em casa, como fez com o Clezão?”
Em tom mais pessoal, Flávio relatou o impacto da prisão domiciliar do pai. “É ruim entrar em casa e ver o seu pai sentado na sala carregando uma tornozeleira, ele sabe da responsabilidade que tem com o futuro do Brasil”, declarou. O senador também afirmou que Bolsonaro “jamais pensou em desistir da política”.
De olho nas eleições de 2026
Ao tratar das eleições de 2026, o parlamentar afirmou que Bolsonaro mantém influência decisiva sobre o cenário político. “Qualquer candidato para estar no segundo turno tem que ter o apoio do presidente Bolsonaro, se não for ele o candidato”, declarou. Questionado sobre possíveis nomes, citou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como figuras importantes no campo da direita. “O Tarcísio faz um ótimo governo, a Michelle tem boa imagem e se apresenta bem, são nomes fortes”, afirmou.
Flávio avaliou que a demora para definir um nome da direita é estratégica. “Está muito longe da eleição para botar a cabeça para fora”, disse. “Se um ou dois do Supremo não gostarem, vão inventar crime onde não tem. Ninguém aguenta tanto tempo de fritura, só o Jair Bolsonaro.”
O senador também afirmou que a centro-direita está unida e amadurecida. “A única certeza que eu tenho é que o Lula não será mais presidente a partir de 2027, porque a centro-direita não vai perder essa eleição”, declarou.
O senador encerrou com um pedido aos eleitores: “Continuem orando pelo presidente Bolsonaro”, clamou. “Não vamos desistir do Brasil. A gente vai resgatar este país em 2027 para recolocar o Brasil no caminho da prosperidade.”