Geraldo Alckmin critica tarifas de Trump, mas quer tom diplomático com os Estados Unidos

Vice-presidente classifica medida como “injusta” e fala em prejuízos à economia dos EUA

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, classificou como “injustas” as novas tarifas comerciais que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em relação aos produtos brasileiros. Alckmin garantiu, no entanto, que o Brasil manterá uma postura diplomática diante da suposta retaliação. “Temos 200 anos de amizade com os EUA”.

A reação, nesta quarta-feira, 9, ocorreu depois de declarações de Trump durante um encontro com líderes africanos na Casa Branca. Na ocasião, o republicano afirmou que o Brasil “não tem sido bom conosco”. Adiantou que os detalhes da tarifação logo ganhariam publicidade. Na nova rodada de medidas protecionistas, ao menos sete países já receberam notificações, com alíquotas entre 25% e 40%. O Brasil, segundo o próprio presidente norte-americano, deve ser incluído oficialmente até esta quinta-feira, 10, com uma tarifa estimada em até 50%.

Alckmin tenta rebater argumentos de Trump

Em entrevista, Alckmin tentou rebateu os argumentos que sustentam a aplicação das tarifas. “Não vejo nenhuma razão para aumento tarifário em relação ao Brasil. Não somos problema para os EUA. É importante lembrar que, enquanto os Estados Unidos têm déficit na balança comercial global, com o Brasil têm superávit. Dos dez produtos que mais exportam para nós, oito têm alíquota zero”.

O vice-presidente disse da mesma forma que a taxação poderá prejudicar a própria economia norte-americana. “Na cadeia do aço, por exemplo, somos o terceiro maior comprador de carvão siderúrgico dos EUA. Compramos, transformamos em produto semiacabado e vendemos de volta para que eles finalizem. Ao impor tarifas, eles encarecem sua própria produção”

Apesar do tom crítico, Alckmin descartou qualquer medida de retaliação ou mudança na condução diplomática brasileira. “Não vamos mudar o tom. O Brasil seguirá defendendo o diálogo. Temos dois séculos de amizade com os Estados Unidos”.

Até a publicação desta nota, o Itamaraty não havia se pronunciado oficialmente sobre as possíveis sanções. O governo brasileiro aguarda a confirmação das tarifas para avaliar eventuais respostas comerciais ou consultas formais à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Crédito Revista Oeste

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