Foto - WILTON JUNIOR
O decano do STF não esclareceu os conflitos de interesse que permeiam os eventos dos quais participa a convite de grupos privados.
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), falou nesta sexta-feira, 3, sobre o custeio de eventos dos quais tem participado na Europa, porém sem esclarecer o conflito de interesses que os permeiam, já que alguns patrocinadores têm causas em julgamento na Corte.
Durante uma viagem a Madri, na Espanha, onde participa e coordena o Fórum Transformações – Revolução Digital e Democracia, o decano mencionou que o convidante paga as viagens.
“Posso falar por mim. Não recebo cachês, e as viagens normalmente são pagas por quem convida. A gente faz isso e continua trabalhando. Ontem mesmo eu participei da sessão [do STF] à distância”, afirmou o magistrado à Folha de S.Paulo.
“Isso é irregular?”
Para justificar a regularidade dos eventos, Gilmar tentou compará-los a um evento promovido pelo Uol, portal em que o grupo Folha tem participação.
“Vi aqui que o Uol está fazendo eventos em São Paulo e chamando pessoas. Isso é irregular? Não, não deve ser”, afirmou.
Ao fazer a comparação, o decano não diz que os ministros do Supremo Tribunal Federal julgam empresas privadas e deveriam manter um distanciamento dos envolvidos nas causas, embora nem sempre o façam.
Conflito de interesses
Três ministros do STF participaram, sem prestar contas, de um evento fechado para a imprensa em Londres na quinta-feira, 25 de abril.
Segundo o Estadão, a British American Tobacco (BAT) Brasil, antiga Souza Cruz, foi uma das patrocinadoras do ‘1º Fórum Jurídico: Brasil de Ideias’.
A multinacional da indústria do tabaco enfrenta pelo menos dois processos no STF e tem interesse em outra ação sob a relatoria do ministro Dias Toffoli, um dos ministros presentes no evento realizado na capital inglesa.
A presença da BAT entre os patrocinadores reforça as suspeitas de conflito de interesses na participação dos ministros nesse tipo de evento.
Respostas de 3
o povo paga as festas .
Conflito de interesses. Negociações de pena com empresas condenadas. Ninguém sabe o quanto já receberam. Mas o descaramento é aviltante! Sugiro UM CURSO DE CANÁRIO ETERNO….
Quem investiga o stf? Por que não o fazem? Como mudar este desequilibrio de forças?
Estas são as perguntas que encaminham uma solução para o problema…