O governo brasileiro, junto ao México e Colômbia, busca soluções diplomáticas para a crise na Venezuela
O Brasil retirou a bandeira brasileira que estava hasteada na Embaixada da Argentina, em Caracas, capital da Venezuela. A ação atende a um pedido do governo do ditador Nicolás Maduro. Desde a expulsão dos diplomatas argentinos, a embaixada do país está sob a responsabilidade da diplomacia brasileira.
O Brasil aceitou cuidar das embaixadas argentina e peruana na Venezuela. A diplomacia brasileira mantém o contato com o governo venezuelano e se posiciona como um dos principais intermediários nas negociações diplomáticas. Segundo o governo Luiz Inácio Lula da Silva, a retirada da bandeira foi uma medida para evitar tensões excessivas.
Seis opositores políticos venezuelanos estão abrigados na embaixada argentina, sob a proteção do governo de Javier Milei. Embora, pela Convenção de Asilo Diplomático, tivessem o direito de deixar o país com os diplomatas que os protegiam, a Venezuela impediu essa saída.
Países negociam com Venezuela
Brasil, México e Colômbia, principais países envolvidos nas negociações com a Venezuela, consideram enviar seus chanceleres a Caracas para dialogar com o regime de Maduro e com Edmundo González, candidato da oposição que afirma estar “resguardado”.
Outra opção seria uma videochamada entre os chanceleres ou até mesmo entre os presidentes Lula, Gustavo Petro (Colômbia) e Andrés Manuel López Obrador (México) com o ditador ou outro membro do alto escalão venezuelano.
O governo do Brasil reiterou o pedido de divulgação das atas eleitorais das eleições presidenciais venezuelanas, uma prática usual no sistema eleitoral do país, mas que não ocorreu nesta eleição.
Maduro, proclamado reeleito mesmo sem divulgar as atas, elogiou Lula e os presidentes do México e da Colômbia. Para ele, o comunicado conjunto dos três países governados por esquerdistas é “muito bom”.
O Conselho Nacional Eleitoral venezuelano aumentou a contagem de votos para 97% e reafirmou a vitória de Maduro.
A Argentina é atualmente um dos principais focos de conflito do regime de Maduro na região. O ditador venezuelano frequentemente xinga Milei, chamando-o de representante do fascismo e da extrema direita, enquanto o argentino mantém suas críticas a Maduro.