Governo capitaliza em propaganda contra o crime organizado em ação realizada em parceria com estados

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou nesta semana uma campanha destacando a atuação do Estado no combate ao crime organizado, tema apontado como uma das principais preocupações dos brasileiros em pesquisas de opinião.

No material divulgado, o Palácio do Planalto afirma ter realizado “a maior operação da história contra o crime organizado”, em referência à megaoperação Carbono Oculto, deflagrada em agosto para desarticular um esquema do Primeiro Comando da Capital (PCC) nos setores de combustíveis e financeiro.

Na ocasião do anúncio da operação, no dia 28 de agosto, Lula já havia classificado a ação como “a maior resposta do Estado brasileiro ao crime organizado de nossa história até aqui”, após receber intensas críticas de parlamentares da oposição sobre a inércia sobre o tema e em meio à tramitação da polêmica Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que estacionou no Congresso.

Apesar de o governo ter capitalizado sobre a megaoperação do crime organizado, a Carbono Oculto foi realizada com participação da Polícia Federal, da Receita Federal e de Ministérios Públicos estaduais, que executaram três operações simultâneas em dez estados. Parte significativa das apurações foi realizada pelo Ministério Público de São Paulo, que possui uma expertise em investigar crimes ligados ao PCC.

A propaganda, no entanto, não menciona a colaboração de governos estaduais, como o de São Paulo, na articulação das medidas.

O que foi a megaoperação Carbono Oculto

A Polícia Federal, em parceria com o Ministério Público de pelo menos dez estados, a Receita Federal e diversos outros órgãos nos estados, deflagrou no dia 28 de agosto a megaoperação Carbono Oculto, considerada a maior ação já realizada contra o crime organizado no país em termos de cooperação institucional e alcance.

A ação, que o governo capitaliza em forma de propaganda em forma de combate ao crime organizado, teve como objetivo desarticular um esquema bilionário de fraudes fiscais e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, controlado por organizações criminosas como o PCC e outras ligadas à, direta ou indiretamente, à fação.

A investigação revelou irregularidades em toda a cadeia, desde a importação e distribuição até a comercialização ao consumidor final, além de sofisticados mecanismos de ocultação patrimonial por meio de fintechs e fundos de investimento. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra cerca de 350 alvos, com bloqueio judicial de mais de R$ 1 bilhão em bens, incluindo imóveis e veículos.

Segundo a Receita, de 2020 a 2024 o grupo movimentou cifras bilionárias com sonegação, adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro em mais de mil postos. Parte dos recursos era mascarada por fintechs que atuavam como “bancos digitais paralelos” e posteriormente reinvestida em fundos de investimento que controlavam usinas, caminhões, imóveis e até um terminal portuário.

Crédito Gazeta do Povo

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