Governo Lula ainda vê alta politização da PRF e ideia de corregedoria nacional de polícias ressurge

Proposta está no leque de alternativas que precisam ser pensadas para conter violência policial, afirmam interlocutores do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

 O novo caso da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na noite da véspera do Natal, fez ressurgir na cúpula do Ministério da Justiça a ideia de criação da Corregedoria Nacional das Polícias. O tema é tratado de forma incipiente, mas foi citado por auxiliares do ministro Ricardo Lewandowski dentro do leque das alternativas que precisam ser repensadas para conter casos de excessos nas forças de segurança.

No governo Lula, há uma leitura de que a politização marcou a PRF durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e não estaria superada e que há resistência em parte da corporação em punir desvios.

Com uma corregedoria nacional, denúncias de crimes e infrações administrativas eventualmente cometidas por policiais poderiam ser tratadas pela instância central. Ela poderia absorver casos de todas as polícias, inclusive as estaduais.

Em janeiro deste ano, de saída do Ministério da Justiça, o hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino disse que enviou à Casa Civil a proposta para a criação da corregedoria, comparando a instância com o Sistema Único de Saúde (SUS) e com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Em uma explicação sobre o funcionamento da corregedoria, Dino disse que a nacional teria “competência concorrente” quando as “corregedorias locais falham”.

Apesar dos discursos e das medidas tomadas a avaliação de integrantes dos Ministério da Justiça é a de que restou uma contaminação política que ainda precisa ser enfrentada.

Membros da pasta relataram à reportagem preocupações com filiações partidárias e com manifestações políticas de policiais rodoviários.

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