Para a Folha de S. Paulo, a privatização é uma necessidade urgente para evitar piora na crise da estatal
Os Correios fecharam o primeiro trimestre de 2025 com um prejuízo de R$ 1,7 bilhão — mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado. Em 2024, a estatal já havia acumulado um rombo de R$ 2,6 bilhões. O desempenho financeiro da empresa reacende o alerta sobre o risco de colapso operacional.
Em editorial, a Folha de S.Paulo atribui a piora dos resultados à decisão do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de retirar os Correios do Programa Nacional de Desestatização. O jornal vê uma combinação de queda nas receitas, aumento de despesas e incapacidade de competir com empresas privadas que apostam em tecnologia e eficiência logística.
As vendas de produtos e serviços caíram 12% no trimestre, com impacto da tributação sobre encomendas internacionais de pequeno valor.
A sucessão de erros dos Correios
Para o jornal, o principal problema estaria na estrutura da estatal, marcada por um quadro de pessoal inflado e por práticas que aumentam os custos. Os gastos com salários e encargos subiram 8,7% no período, chegando a R$ 2,7 bilhões.
As iniciativas anunciadas pela direção da empresa, como a criação de um marketplace e a expansão para o mercado de banco digital, foram classificadas no editorial como “delírios”, diante da falta de recursos e das limitações da gestão estatal.
“A promessa de criação de um marketplace próprio e da expansão para novos mercados, como banco digital, soam como delírios diante da insuficiência de recursos financeiros e administrativos, dadas as travas e os vícios do regimento estatal”, afirma a Folha. “Quanto às despesas, também observa-se o padrão petista. Salários e encargos aumentaram 8,7%, para R$ 2,7 bilhões no período, impulsionados por reajustes, gratificações e benefícios previstos em acordo coletivo.”
Privatização é necessária para evitar o colapso da estatal
A promessa de economizar R$ 1,5 bilhão com um programa de demissão voluntária também é considerada tardia e insuficiente. Segundo a avaliação do jornal, é possível manter a oferta de serviços postais públicos em um modelo de mercado mais competitivo, inspirado em experiências internacionais.
“É perfeitamente possível manter a natureza pública dos serviços postais com a necessária inserção privada num mercado competitivo e intensivo em capital. Baseado em experiencias internacionais bem sucedidas, o plano de privatização abandonado pelo petista buscava exatamente essa combinação positiva. Ademais, a universalização do serviço postal, embora relevante, não justifica prejuízos bilionários que oneram o contribuinte.”
O editorial da Folha conclui que o governo Lula, ao priorizar o controle político sobre a racionalidade econômica, perpetua um ciclo de déficit financeiro e caos administrativo que degrada cada vez mais o patrimônio público.
Nesse caso, na visão da publicação, a privatização da estatal não é apenas uma opção; é uma necessidade urgente para salvar os Correios do colapso.
Crédito Revista Oeste