Planalto avalia que Trump quer algo em troca do alívio nas taxações
O governo Lula entende que os Estados Unidos (EUA) vão querer contrapartidas para reduzir ainda mais as tarifas sobre produtos brasileiros.
A gestão Trump suspendeu a sobretaxa de 40% sobre exportações brasileiras de carne, café e outros itens do agronegócio. No entanto, a indústria continua como principal prejudicada, já que os manufaturados permanecem sob o tarifaço.
Dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que 22% das exportações brasileiras aos EUA ainda enfrentam a tarifa de 40%. Outros 15% estão sob uma sobretaxa menor, de 10%. Segundo os dados de 2024, o Brasil vendeu US$ 40,4 bilhões para o mercado norte-americano.
Desse total, US$ 8,9 bilhões continuam taxados em 40%, US$ 6,2 bilhões seguem sob a tarifa de 10% e outros US$ 10,9 bilhões enfrentam as medidas da chamada Seção 232, que trata de alegações de segurança nacional. Apenas US$ 14,3 bilhões das exportações escapam de qualquer sobretaxa.
Mesmo sem saber o que os EUA podem exigir, o Planalto já considera inevitável algum tipo de pedido em troca de novos avanços. O governo Lula ainda aguarda os próximos passos.
Governo quer aproveitar diálogo para remover sanções contra Moraes
Ao mesmo tempo, o Brasil quer aproveitar a reabertura do diálogo com os EUA para rever sanções impostas a autoridades do país. A suspensão de vistos e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estão entre os pontos mais sensíveis.
Nos bastidores, o governo reconhece que aliados de Trump tentaram inserir o nome de Jair Bolsonaro nas primeiras conversas, mas o assunto não teve continuidade. Para o Planalto, as sanções se tornaram politicamente desnecessárias com a retomada da diplomacia bilateral.





