Governo recuou sobre IOF para “evitar especulações”, afirma Haddad

Ministro da Fazenda diz não haver problemas em “corrigir a rota” e que pode ser preciso fazer ajustes no corte de gastos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 6ª feira (23.mai.2025) que a decisão do governo de recuar em alguns dos aumentos do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) horas depois do anúncio na 5ª feira (22.mai) foi uma “revisão para evitar especulação”. Declarou ainda não ter “nenhum problema em corrigir rotas”.

Uma das medidas suspensas pelo governo foi a alíquota sobre aplicação de investimentos de fundos nacionais no exterior. A decisão foi tomada em reunião no Palácio do Planalto no final da noite de 5ª feira (22.mai). Também estavam presentes os ministros Rui Costa (Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social).

“Comuniquei às 20h para Bruno Moretti, [secretário especial de Análise Governamental] da Casa Civil, que, muito provavelmente, nós estávamos analisando a possibilidade de rever um item do decreto, para deixar a Casa Civil a postos caso fosse necessário. Mais para o fim da noite nós entendemos que a revisão era justa e correta”, declarou.

Haddad disse que “vai fazer bem” rever o item “antes da abertura do mercado para evitar que um tipo de boataria ou especulação em torno de um objetivo que o governo não tem”. Afirmou que as medidas anunciadas são de fácil correção.

O ministro declarou ainda que o decreto fechou brechas relacionadas à sonegação, e que isso não se configura como um aumento de taxa.

Estamos praticando um IOF menor do que o governo anterior. Quando alguém da oposição falar disso, tem que perguntar quanto eles estavam cobrando”, declarou Haddad.

BANCO CENTRAL

Autoridades da Fazenda deram versões opostas sobre o envolvimento do Banco Central nas mudanças. O secretário-executivo do ministério, Dario Durigan, disse que Haddad conversou na 3ª feira (20.mai) com o presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, sobre o tema. 

“O ministro Haddad tratou com o presidente do Banco Central sobre esse tema”, disse o número 2 da Fazenda a jornalistas durante a tarde. Nas redes sociais, o ministro negou os encontros: “Sobre as medidas fiscais anunciadas, esclareço que nenhuma delas foi negociada com o BC”. 

Na fala desta 6ª feira (23.mai), Haddad pediu distinções entre as funções do BC e do ministério: “Não vamos confundir as atribuições de cada umEu não revejo decisões do Banco Central e o BC não tem um procedimento de passar as medidas do governo. Há um diálogo sobre economia”.

PRINCIPAIS MUDANÇAS

A Fazenda anunciou que vai restaurar um decreto (6.306 de 2007) que determina imposto zero para “as operações de câmbio, de transferências do e para o exterior, relativas a aplicações de fundos de investimento no mercado internacional”.

Outro recuo foi em relação às remessas enviadas do Brasil para o exterior destinadas a investimentos, que permanecerão com a alíquota de 1,1%. A medida editada pela Fazenda colocava a taxa em 3,5%. Foi vista por parte do mercado financeiro como uma tentativa de “controle cambial”.

Crédito Poder360

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