Na avaliação do ministro da Fazenda, decisões estão centralizadas em “uma cabeça”, a do republicano
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou no domingo (31.ago.2025) que a postura do governo do presidente norte-americano Donald Trump (Partido Republicano) é “errática”, com um modo de agir “novo”, sem “precedente naquele país”. Para o ministro, o processo decisório “está muito centralizado em uma só pessoa”. As declarações foram feitas em entrevista ao programa “Canal Livre”, da Band.
“O governo dos Estados Unidos tem tido uma postura um pouco errática em relação a temas os mais variados. E estão muito centralizadas em uma pessoa só as decisões. Você não ouve falar nem do Congresso americano. Sai tudo de uma cabeça. É um novo modo de governar que não tem precedente naquele país”, declarou o ministro.
Haddad creditou os recuos do governo norte-americano depois do anúncio da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, como a lista de quase 700 itens que se livraram da taxação, às ações do empresariado nacional e norte-americano e não às do governo federal.
“Eu entendo que a ação de empresários brasileiros e empresários americanos já se fez notar de alguma maneira na lista de exceções, [no fato de que] alguns temas foram transferidos para o Departamento de Comércio dos EUA, então não entraram em vigor imediatamente”, declarou, acrescentando que o tarifaço está restrito a “alguma coisa entre 35% e 37% das nossas exportações”.
O ministro da Fazenda declarou que a medida do governo norte-americano em relação às exportações brasileiras “não faz sentido econômico nem para os protecionistas”.
Ele disse: “Não há teoria econômica que sugira que taxar commodities, alimento, minério, óleo, vai significar alguma vantagem para quem está impondo a tarifa. Então, na minha opinião, ela [a imposição de tarifa] é irracional. Não é só injusta com o Brasil. Ela não é racional do ponto de vista econômico”.
