Foto - EFE/Alejandro García
A Fundação Sociedade Aberta, do bilionário George Soros, anunciou aporte de R$ 75 milhões para “financiar negócios sustentáveis” na Amazônia. Soros é conhecido por dar dinheiro para candidaturas de esquerda pelo mundo e projetos científicos em várias universidades.
Os recursos serão destinados ao Fundo para Biodiversidade da Amazônia (ABF, na sigla em inglês), administrado pela consultoria Impact Earth (IE). Conforme a IE, o ABF é um “fundo de R$ 250 milhões de captação-alvo que faz investimentos de venture capital em empreendimentos sustentáveis com impacto transformador e positivo para a biodiversidade e as comunidades da Amazônia Legal”.
A Amazônia Legal abrange Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso. O IE faz parte do RQA Group, que trabalha para empresas nos Estados Unidos e Reino Unido.
“Nosso foco são as populações vulneráveis e excluídas, que são as mais afetadas, geralmente, pela crise climática”, disse Heloisa Griggs, presidente da unidade da Sociedade Aberta que representa a América Latina e o Caribe, em entrevista ao jornal Valor Econômico, publicada nesta segunda-feira, 13. “Percebemos que a grande maioria dos recursos e dos esforços para a região estavam focados na preservação da floresta, o que faz sentido. Mas há muito pouca atenção, por outro lado, para as 29 milhões de pessoas que vivem na Amazônia.”
Trabalhos da organização que vai gerir dinheiro de George Soros na Amazônia
Conforme o mais recente relatório da Impact Earth, publicado neste ano, o ABF investiu em quatro novas empresas e apoiou 12 organizações comunitárias da Amazônia, em 2022. Essas companhias vendem produtos feitos com matéria-prima local, como óleo vegetal da árvore macaúba, nativa do Pará, e alimentos, como o café em Apuí (AM).
Para justificar a sua atividade supostamente em benefício dos povos de Apuí, a Impact Earth usou dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). O Imazon é uma das ONGs na mira da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado, que investiga o terceiro setor na Amazônia.
Indígenas denunciam à CPI exploração de ONGs
Durante diligência da CPI das ONGs em Pari-Cachoeira, em São Gabriel da Cachoeira (AM), indígenas denunciaram a senadores a exploração, por parte dessas organizações, no que diz respeito à venda de produtos de nativos, pelo terceiro setor. Segundo populares, ONGs compram a matéria-prima dos indígenas por preços menores e os revende, no exterior, por valores maiores.