Hamas divulga vídeo de reféns israelenses mantidos em Gaza

Hamas divulgou nesta sexta-feira um vídeo de dois reféns israelenses capturados em um festival de música em Israel em outubro de 2023. Um deles afirmou estar sendo mantido na Cidade de Gaza, onde o Exército israelense lançou uma grande ofensiva para eliminar o grupo militante.

Guy Gilboa-Dalal e Alon Ohel estão entre as 48 pessoas ainda mantidas em cativeiro pelo Hamas em Gaza, das quais se acredita que 20 ainda estejam vivas.

O vídeo foi editado e mostrou Gilboa-Dalal com aparência exausta, falando por cerca de três minutos e meio. Em parte da gravação, datada de 28 de agosto, ele aparece dentro de um carro. A Reuters não conseguiu verificar de forma independente quando o material foi registrado.

Ele afirma estar sendo mantido na Cidade de Gaza junto com outros reféns e disse temer ser morto pela ofensiva israelense na região.

Israel iniciou o ataque contra a Cidade de Gaza em 10 de agosto, mirando o que o governo classifica como o último reduto do Hamas. Um porta-voz militar israelense afirmou na quinta-feira que as forças do país já controlam cerca de 40% da cidade, que antes da guerra abrigava aproximadamente um milhão de pessoas.

Moradores da cidade afirmaram que Israel bombardeou diversos edifícios de grande altura nesta sexta-feira. O Ministério da Saúde de Gaza informou que 30 palestinos foram mortos pelas forças militares em diferentes pontos do território, incluindo 20 na Cidade de Gaza.

Gilboa-Dalal aparece no banco traseiro de um carro em movimento. Enquanto o veículo passa por alguns prédios, ele identifica um deles como pertencente à Cruz Vermelha. O Hamas, no entanto, tem se recusado a permitir que a Cruz Vermelha visite os reféns.

Em determinado momento, Ohel, de 24 anos, também aparece.

Discurso ditado


Gilboa-Dalal já havia sido visto em um vídeo divulgado em fevereiro, no qual foi obrigado a assistir à libertação de outros reféns durante um cessar-fogo temporário. Reféns que apareceram em gravações semelhantes e posteriormente foram soltos relataram que seus captores ditavam exatamente o que deveriam dizer.

A Human Rights Watch condenou o Hamas e outro grupo militante em Gaza pela divulgação desses vídeos, classificando a prática como tratamento desumano que equivale a crime de guerra. Autoridades israelenses, por sua vez, descreveram as gravações como uma forma de guerra psicológica.

Dezenas de milhares de israelenses têm realizado manifestações semanais pedindo o fim da guerra para garantir a libertação dos reféns que ainda permanecem em cativeiro.

Após a divulgação do vídeo, o líder da oposição israelense, Yair Lapid, escreveu no X pedindo que os negociadores retomem as conversas para alcançar um acordo que assegure a libertação dos reféns. Até agora, as solturas ocorreram por meio de negociações diplomáticas mediadas pelos Estados Unidos e países árabes, mas a última rodada de tratativas fracassou em julho.

O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, afirmou que o país deveria responder ocupando totalmente a Faixa de Gaza.

A liderança militar israelense, no entanto, alertou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu contra a expansão da guerra, embora as forças tenham avançado pelos subúrbios da Cidade de Gaza nas últimas semanas.

O Hamas declarou que aceitaria a proposta apresentada em julho, que previa a libertação de alguns reféns em troca de um cessar-fogo temporário. Netanyahu, por sua vez, insiste em um acordo “tudo ou nada”, com a libertação de todos os reféns e a rendição do grupo.

O ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou em comunicado nesta sexta-feira que as operações militares serão intensificadas até que o Hamas aceite as condições de Israel para encerrar a guerra: libertar os reféns e se desarmar. Caso contrário, disse, o grupo será destruído.

Até o momento, 60 mil reservistas foram convocados para apoiar a operação, e o serviço de outros 20 mil foi prorrogado.

Crédito Reuters

compartilhe
Facebook
Twitter
LinkedIn
Reddit

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *