O presidente Donald Trump recebeu na sexta-feira uma provocação inusitada: uma possível indicação ao Prêmio Nobel da Paz vinda de uma de suas maiores rivais, a ex-candidata democrata Hillary Clinton.
Clinton disse ao podcast Raging Moderates que estaria disposta a nomear Trump para o prêmio caso ele consiga encerrar a guerra na Ucrânia sem que o país seja obrigado a ceder território à Rússia.
“Honestamente, se ele pudesse acabar com essa guerra terrível, se pudesse fazê-lo sem colocar a Ucrânia em uma posição de ter que ceder território ao agressor, e se realmente pudesse enfrentar Putin — algo que ainda não vimos, mas talvez esta seja a oportunidade — se o presidente Trump fosse o arquiteto disso, eu o indicaria para o Nobel da Paz”, afirmou Clinton em entrevista à apresentadora Jessica Tarlov.
Ela acrescentou que seu objetivo é não permitir capitulação a Putin.
A declaração surpreende, especialmente pelo histórico de ataques de Clinton contra Trump desde a eleição de 2016, quando ele a derrotou inesperadamente. Durante a campanha, ela chamou seus apoiadores de “cesta de deploráveis” e disse que Trump era “não apenas despreparado — ele é temperamentalmene incapaz” de ser presidente.
Ela também criticou elogios de Trump a líderes autoritários como Vladimir Putin, antes da invasão da Ucrânia, e afirmou que ele era “sensível demais para ter acesso aos códigos nucleares”.
O episódio surge enquanto Trump viaja para o Alasca para reuniões com Putin, na tentativa de encerrar o conflito de três anos na Ucrânia. O ex-presidente afirmou estar confiante de que o líder russo deseja chegar a um acordo, estimando a chance de fracasso em apenas 25%.
Apesar da surpresa, os ataques de Clinton a Trump continuaram nos últimos anos. Em fevereiro deste ano, ela chamou sua administração de “dumb” (“inepta”), dizendo que, em vez de uma América forte, Trump conduziria o país a ser “cada vez mais cego, desastrado, fraco e sem aliados”.
Em outubro do ano passado, Clinton afirmou que Trump estava “mais instável e desequilibrado” do que em 2016.
A entrevista de Clinton reforça a posição de que, mesmo com o suposto histórico de hostilidade, ela reconheceria um feito diplomático significativo do presidente.