As recentes declarações de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, colocam em evidência a pressão que o Governo Federal tem exercido sobre o Legislativo para aprovar pautas que favoreçam sua agenda, com a atuação controversa do Supremo Tribunal Federal (STF) e do ministro da Justiça, Flávio Dino, sendo elementos chave na conjuntura.
Lira destacou a sobrecarga de pautas relevantes que chegaram ao Congresso, com temas que vão desde a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) até a reforma tributária. Ele apontou que a Câmara já havia demonstrado comprometimento em discutir tais assuntos, mas enfatizou a complexidade e a polêmica de algumas matérias. “O assunto é polêmico, BPC é polêmico, abono é polêmico, salário mínimo é polêmico. É um assunto que ferve, além de toda a insatisfação pelo não cumprimento de uma lei que foi aprovada pelo Congresso Nacional,” afirmou.
A Ação do Governo e a Dependência do Centrão
O governo, em busca de apoio no Congresso, tem utilizado estratégias de pressão e articulação direta com o Centrão, bloco que frequentemente detém o poder de decisão em matérias sensíveis. Lira destacou a insatisfação com a atuação dos Três Poderes, sublinhando que cada um deve “ficar restrito às suas atribuições constitucionais.” A interferência do Executivo em pautas legislativas gera tensão, com parlamentares acusando o governo de exceder seus limites institucionais.
Além disso, a atuação do STF, por meio de Dino e outras figuras governamentais, tem sido criticada por parlamentares que veem nessa movimentação uma tentativa de influenciar diretamente o Legislativo, com o objetivo de criar condições favoráveis para pautas de interesse do Executivo. Tais ações incluem pressão sobre temas como orçamento e salário mínimo, questões que têm impacto direto nas negociações com o Centrão.