Dinheiro da China no Brasil mais que dobra no ano passado, com destaque para energia elétrica, eólica e solar; clique na matéria e confira
O aporte financeiro de empresas da China no Brasil atingiu US$ 4,18 bilhões em 2024, segundo levantamento do Conselho Empresarial Brasil−China (CEBC) divulgado nesta quinta-feira, 4. O montante representa um crescimento de 113% em relação ao registrado em 2023, de modo a superar todas as marcas desde os quase US$ 6 bilhões de 2021.
A aceleração do fluxo de investimentos ocorreu também em 2023, quando o crescimento foi de 33% sobre o ano anterior. Diretor de Pesquisa do CEBC, Tulio Cariello explicou que o resultado expressivo de 2021 esteve ligado a grandes projetos de exploração petrolífera e reativação econômica, depois da redução dos impactos da pandemia de covid-19 no Brasil e no mundo.
Fatores que impulsionam o investimento da China

Cariello disse que a relação mais próxima entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a China tem impulsionado os investimentos. Contudo, ponderou que outros fatores também influenciam. “A política externa conta, mas não é o mais importante”, afirmou o diretor do CEBC. “Os investidores buscam oportunidade e segurança, que o Brasil oferece.”
O conselho acompanha os anúncios de investimentos feitos por empresas e pela imprensa e, na sequência, valida o que de fato sai do papel. A entidade considera a nacionalidade da matriz da empresa, independentemente do país de origem dos recursos enviados ao Brasil.
O montante apurado pelo CEBC é bastante superior aos US$ 306 milhões contabilizados pelo Banco Central para investimentos chineses em 2024. Desde o início da série histórica do CEBC, em 2010, os aportes somaram US$ 13 bilhões, com picos em anos de grandes projetos. Os valores não foram corrigidos pela inflação do dólar, o que torna os números antigos relativamente maiores.
Setores de destaque no Brasil
No recorte setorial, o segmento de energia elétrica liderou os investimentos chineses no Brasil em 2024, com US$ 1,43 bilhão. Este número, responsável por 34% do total, representa um salto de 115%. “Muitos desses investimentos foram realizados em energia eólica e solar por empresas chinesas já instaladas no Brasil há muito tempo”, explicou Cariello.
Depois do setor da energia elétrica, aparecem na lista, em ordem: petróleo (25% do total), fabricação de veículos (14%), mineração (13%), transporte (12%) e fabricação de aparelhos (2%).