Representação diplomática reproduziu recentemente alerta aos ministros da Suprema Corte.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) convocou o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, para dar explicações sobre os avisos do governo de Donald Trump contra “aliados” do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Judiciário.
O secretário interino da Europa e América do Norte do Itamaraty, o embaixador Flavio Celio Goldman, recebeu o representante do governo Trump no Brasil e reclamou do tom e do conteúdo das postagens recentes do Departamento de Estado e da embaixada nas redes sociais.
O Departamento de Estado dos EUA, órgão similar a um Ministério das Relações Exteriores, tem usado as redes sociais para criticar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do ministro Alexandre de Moraes relativas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados.
Nesta quinta-feira (7), a Embaixada dos EUA no Brasil traduziu o comentário do secretário de diplomacia pública Darren Beattie, que fez um alerta a autoridades do Judiciário brasileiro para que não contribuam com Moraes.
– Os aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas estão avisados para não apoiar nem facilitar a conduta de Moraes. Estamos monitorando a situação de perto – disse o comunicado do diplomata, acusando o ministro de “censura” e “perseguição” contra Bolsonaro.
No último dia 30 de julho, os EUA aplicaram sanções econômicas contra Alexandre de Moraes, previstas na chamada Lei Global Magnitsky. Além disso, oito dos 11 ministros da Corte tiveram os vistos americanos revogados. Apenas os ministros Luiz Fux, André Mendonça e Nunes Marques ficaram isentos da punição.