Itamaraty pede mais de R$ 350 milhões para fechar contas

Ministério cita risco de despejo em embaixadas

O Ministério das Relações Exteriores solicitou um crédito suplementar de mais de R$ 350 milhões ao governo federal para garantir o funcionamento do Itamaraty nos dois últimos meses do ano. O pedido foi feito pelo chanceler Mauro Vieira em ofício enviado aos ministros Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento) e Fernando Haddad (Fazenda), conforme revelou reportagem da Folha de S. Paulo neste sábado, 18.

No documento, Vieira cita a “urgente necessidade de crédito suplementar para permitir a continuidade do funcionamento” do Itamaraty em novembro e dezembro. Segundo o ministro, o orçamento atual cobre apenas os compromissos até o fim de outubro. Ele alega que, sem reforço financeiro, o ministério ficará impossibilitado de pagar obrigações trabalhistas de contratados locais no exterior, aluguéis de imóveis oficiais e auxílio-moradia de servidores lotados fora do país.

O chanceler também mencionou o risco de “interrupção de atendimento consular” e do “apoio logístico a missões do presidente Lula ao exterior”. Vieira destacou que a falta de recursos pode gerar sanções legais e até ações de despejo em representações diplomáticas. “Importa salientar que as parcelas de aluguel dos imóveis no exterior referentes a novembro têm, em regra, vencimentos nos primeiros cinco dias do mês”, escreveu. “Se descumprido esse prazo, o MRE estará sujeito ao pagamento de multas e a ações de despejo no âmbito desses compromissos.”

O ministro lembrou ainda que o Itamaraty deverá custear, até o fim do ano, a cúpula de chefes de Estado do Mercosul e a participação brasileira em eventos preparatórios da COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas. Além do crédito suplementar, ele pediu a antecipação de limites de pagamento de despesas já previstas e o desbloqueio de R$ 110 milhões.

Itamaraty tem orçamento de R$ 5 bilhões

De acordo com a Lei Orçamentária Anual de 2025, o Itamaraty tem despesa total prevista de cerca de R$ 5 bilhões. Parte desse valor é destinada a cobrir os custos de representações diplomáticas e de viagens oficiais da Presidência.

Desde o começo do atual mandato, as viagens internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já custaram mais de R$ 50 milhões ao contribuinte, segundo dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação e divulgados pelo jornal O Globo. Entre janeiro de 2023 e maio de 2025, quase R$ 50 milhões foram gastos apenas com hospedagens, muitas delas em hotéis de luxo.

A viagem mais cara foi para Moscou, em meio à guerra da Ucrânia, onde Lula se encontrou com Vladimir Putin e participou do Dia da Vitória soviética, cuja hospedagem custou quase R$ 2 milhões. Somente em 2023, o presidente visitou mais de 20 países e gastou quase R$ 30 milhões em hotéis.

As planilhas do Itamaraty ainda registram custos adicionais com aluguel de salas, intérpretes e serviços de apoio, estimados em cerca de US$ 5 milhões. Em nota, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) afirmou que a agenda internacional tem como objetivo “reposicionar o Brasil no mundo”, “recuperar a imagem do país no exterior” e “restabelecer as relações econômico comerciais com parceiros importantes”.

Crédito Revista Oeste

compartilhe
Facebook
Twitter
LinkedIn
Reddit

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *