Primeira-dama amontoa agendas internacionais em meio a críticas por gastos e protagonismo diplomático
A primeira-dama Janja da Silva desembarcou em Nova York, na quarta-feira 17, para mais uma agenda paralela ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com a nova viagem, ela atinge 145 dias fora do Brasil desde o petista retornou ao Palácio do Planalto, em janeiro de 2023.
Nos últimos três anos, Janja embarcou para 35 países em 33 viagens internacionais, das quais oito ocorreram apenas em 2025. Ela já ultrapassou Lula em tempo total de deslocamento. Segundo dados do portal Poder360, a primeira-dama passou 21 dias a mais no exterior do que o presidente.
Inclusive, Janja chegou aos Estados Unidos antes de Lula. Ele desembarca no próximo domingo, 21, para discursar na abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) na terça-feira 23.
Enquanto Lula foca os temas da política externa, a primeira-dama participa de eventos com pautas sociais. Ambos devem retornar ao Brasil em 25 de setembro.
De Roma a Nova York: Janja amplia agenda e gasto sob críticas
O ritmo das viagens da primeira-dama revela uma mudança significativa no papel que ela ocupa dentro do governo federal. Em 2025, Janja cumpriu agendas internacionais com média de 5 dias por missão. Em duas ocasiões, viajou sem o presidente — algo que não ocorreu em 2023.
A petista visitou os EUA cinco vezes desde 2023, tornando o país o destino mais frequente. Em sua atual passagem por Nova York, ela se hospedou na residência do embaixador Sérgio Danese, para evitar gastos com hotéis, prática que já havia sido alvo de críticas em viagens anteriores.
No início do ano, Janja representou o governo em Roma durante a 48ª Sessão do Conselho de Governança do Fida, ligado à ONU. A viagem, que ocorreu sem a presença de Lula e contou com a companhia do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias.
Delegações abrem espaço para atuação no exterior
Além da missão na Itália, Janja esteve no Japão, na França (duas vezes), no Vaticano, na China, na Rússia, na Colômbia e nos EUA ao longo de 2025. Em algumas dessas viagens, a primeira-dama chegou antes da comitiva presidencial ou assumiu compromissos oficiais em nome do Brasil.
A viagem a Moscou, por exemplo, foi feita a convite do Kremlin, para as celebrações do fim da 2ª Guerra Mundial.
Durante a passagem por Pequim, Janja participou de uma reunião privada com o ditador Xi Jinping, em que defendeu a regulação do TikTok. A declaração teria gerado desconforto entre membros da delegação brasileira. Posteriormente, ela afirmou ter sofrido ataques por “machismo” em razão da repercussão.
Em 2023, ela não realizou agendas próprias fora do país. Mesmo assim, somou 62 dias de deslocamento internacional acompanhando o presidente em 15 viagens. Já em 2024, a primeira-dama brasileira passou a participar de eventos paralelos, como seminários na Universidade Columbia e reuniões promovidas por agências da ONU.