O partido La Libertad Avanza (LLA), liderado pelo presidente Javier Milei, obteve uma vitória esmagadora nas eleições legislativas intermediárias da Argentina, alcançando quase 41% dos votos nacionais e superando a oposição peronista por nove pontos percentuais.
A legenda venceu em 16 províncias, incluindo Buenos Aires, revertendo derrotas anteriores. “Hoje ultrapassamos o ponto de inflexão. Hoje começa a construção de uma grande Argentina”, declarou Milei em discurso na noite de 26 de outubro de 2025.
O resultado reforça o programa de reformas liberais do governo, centrado em disciplina fiscal e livre mercado, e garante votos suficientes no Congresso para manter vetos presidenciais e conter iniciativas de gasto da esquerda. Ainda assim, Milei precisará negociar com outras forças políticas para aprovar reformas tributárias, previdenciárias e trabalhistas.
Após um ano de instabilidade, o governo recupera fôlego. Desde que assumiu, Milei reduziu fortemente a inflação e a pobreza com cortes profundos de gastos, embora tenha enfrentado crises cambiais e denúncias de corrupção. Nas semanas pré-eleitorais, os Estados Unidos intervieram com um swap de US$ 20 bilhões e compras diretas de pesos, ajudando a estabilizar a moeda.
A vitória dissipou incertezas e impulsionou os mercados: ações argentinas subiram e espera-se valorização do peso e dos títulos soberanos. Porém, o país ainda enfrenta o desafio de acumular reservas para pagar US$ 18 bilhões em 2026.
O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, celebrou o triunfo, que reforça o apoio condicionado de Donald Trump a Milei. Washington vê Buenos Aires como aliado estratégico diante da influência de China, Venezuela e Irã, e busca ampliar o comércio e as exportações argentinas para os EUA.
Apesar da euforia, a baixa participação eleitoral (68%) evidencia cautela da população. Milei adotou tom mais conciliador, prometendo diálogo com governadores e partidos afins. O sucesso das próximas reformas será decisivo para manter o impulso político até 2027 e consolidar a Argentina como novo bastião liberal no continente.





