JD Vance, candidato republicano a vice-presidente e senador de Ohio, sugeriu que o apoio dos EUA à OTAN deve estar condicionado a que a União Europeia não regule a rede social X, de Elon Musk, anteriormente conhecida como Twitter. Em entrevista com o YouTuber Shawn Ryan, Vance afirmou que um alto oficial da UE teria ameaçado prender Musk caso ele permitisse o retorno do ex-presidente Donald Trump à plataforma.
“O líder, não lembro exatamente qual oficial, mas ele enviou a Elon uma carta ameaçadora dizendo: ‘Vamos prendê-lo se você der espaço para Donald Trump’, que, a propósito, é o provável próximo presidente dos Estados Unidos”, disse Vance na entrevista.
O companheiro de chapa de Trump sugeriu que o apoio dos EUA à OTAN deveria ser usado como um meio de pressionar os europeus. “O que os EUA deveriam dizer é que, se a OTAN quer nosso apoio contínuo, deve respeitar os valores americanos e a liberdade de expressão. É insano apoiarmos uma aliança militar que não defenda a liberdade de expressão. Podemos fazer ambos, mas temos que dizer que o poder americano vem com certas condições”, acrescentou.
A plataforma de Musk, X, foi acusada de banir vários jornalistas desde que Musk assumiu o controle. Vance argumentou que países europeus deveriam compartilhar os valores americanos, especialmente em temas básicos como a liberdade de expressão.
Enquanto os EUA ocupam o 26º lugar mundial em liberdade de expressão, vários países da União Europeia estão em posições mais altas, de acordo com o Relatório Global de Expressão de 2024.
Em julho, o Comissário Europeu Thierry Breton criticou o sistema de verificação de X, sugerindo possíveis sanções caso a plataforma não tomasse medidas. Musk respondeu que estava preparado para uma “batalha pública” nos tribunais para que os europeus soubessem a verdade. Ele também afirmou que a Comissão Europeia teria oferecido a X um acordo secreto de censura, que Musk recusou.
Vance também foi criticado por sugerir um plano de paz para a guerra na Ucrânia, que poderia beneficiar o presidente russo Vladimir Putin. Em seu plano, Vance propôs que a linha de demarcação atual entre Rússia e Ucrânia se tornasse uma zona desmilitarizada, e que a Ucrânia prometesse neutralidade, não se unindo à OTAN. Ele afirmou que a reconstrução da Ucrânia deveria ser financiada por países europeus, especialmente a Alemanha, e não pela Rússia.
O ex-presidente Trump, companheiro de Vance na chapa, há muito tempo expressa críticas à OTAN, chegando a considerar uma retirada da aliança. Ele também sugeriu que países que não gastassem o suficiente em defesa poderiam não contar com o apoio dos EUA em caso de ataque, desafiando o princípio de defesa coletiva da OTAN.