Jeff Bezos anuncia mudança radical na linha editorial do Washington Post

Jeff Bezos, proprietário do Washington Post, anunciou uma transformação significativa na seção de opinião do prestigiado jornal americano, estabelecendo que o veículo passará a defender diariamente dois pilares fundamentais: liberdades pessoais e livre mercado.

Em nota compartilhada com a equipe do jornal e posteriormente divulgada ao público, Bezos deixou claro que as páginas de opinião do Washington Post não darão mais espaço para visões contrárias a esses valores, abandonando a tradicional abordagem de neutralidade e representatividade ampla.

“Haverá um tempo em que um jornal, especialmente um que era um monopólio local, poderia ter visto como um serviço trazer à porta do leitor todas as manhãs uma seção de opinião ampla que buscava cobrir todos os pontos de vista. Hoje, a internet faz esse trabalho”, escreveu Bezos.

O bilionário fundador da Amazon expressou claramente sua posição ideológica na mensagem: “Eu sou da América e pela América, e orgulhoso de ser assim. Nosso país não chegou aqui sendo típico. E uma grande parte do sucesso da América tem sido a liberdade no âmbito econômico e em todos os outros lugares.”

Segundo Bezos, a liberdade “é ética — minimiza a coerção — e prática — impulsiona a criatividade, invenção e prosperidade”.

Mudança na liderança

A mudança de direcionamento já resultou na saída do atual editor de Opinião, David Shipley. Bezos relatou que ofereceu a Shipley a oportunidade de liderar essa nova fase, mas sugeriu que “se a resposta não fosse ‘sim, com certeza’, então teria que ser ‘não'”. Após considerar cuidadosamente, Shipley decidiu deixar o cargo.

“Esta é uma mudança significativa, não será fácil e exigirá 100% de comprometimento — respeito sua decisão”, afirmou Bezos sobre a saída de Shipley.

O jornal agora iniciará a busca por um novo Editor de Opinião que esteja alinhado com esse novo direcionamento.

Preenchendo um vazio no mercado

Bezos concluiu sua mensagem expressando confiança de que mercados livres e liberdades pessoais “são certos para a América” e argumentando que esses pontos de vista “estão subrepresentados no atual mercado de ideias e opiniões jornalísticas”.

“Estou animado para que juntos preenchamos esse vazio”, finalizou.

A mudança representa uma reviravolta significativa para um dos jornais mais influentes dos Estados Unidos, fundado em 1877 e com longa tradição de cobertura política, que agora se posicionará mais claramente dentro do espectro político americano sob a direção de seu proprietário.

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