O jornal britânico acredita que a popularidade do ex-presidente pode ser ampliada
O jornal britânico Financial Times deu uma demonstração de que o mundo está com os olhos voltados ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesta terça-feira, 1º, o periódico classificou a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os casos do 8 de janeiro como um evento “arriscado” para o cenário político brasileiro.
De acordo com o jornal, a investigação sobre a suposta trama golpista aumenta a disputa política no Brasil. Ou seja, de um lado, estão os que defendem a inocência de Bolsonaro; do outro, os que apoiam a punição do ex-presidente.
Financial Times aborda perseguição a Bolsonaro
O ex-presidente afirmou, em entrevista ao Financial Times, ser perseguido no Brasil. Segundo ele, seus opositores querem eliminá-lo da disputa eleitoral de 2026.
“Eles querem remover qualquer chance de meu nome estar nas urnas ano que vem”, declarou Bolsonaro.
A reportagem ainda trata da saída do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) do Brasil. O periódico classificou a decisão como parte de uma estratégia para conquistar apoio internacional.
O jornal também cita o apoio de parlamentares norte-americanos a Eduardo. Deputados republicanos, por exemplo, enviaram uma carta ao presidente Donald Trump para manifestar preocupação com a política brasileira. Eles pedem sanções econômicas e o cancelamento do visto do ministro Alexandre de Moraes.
Bolsonaro pode se tornar mártir
O jornal alerta sobre a possibilidade de Bolsonaro ganhar apoio político com o julgamento no Supremo. Segundo a publicação, o ex-presidente pode aumentar sua popularidade e virar mártir — assim como ocorreu com Donald Trump, depois da invasão do Capitólio, em 2021.
A base do ex-presidente avalia que as acusações de suposta tentativa de golpe de Estado feitas pela Procuradoria Geral da República e o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal não abalam a imagem de Bolsonaro nem enfraquecem suas alianças.
“Esse julgamento não abala o capital político do presidente”, afirmou o deputado Rodrigo Valadares (União-SE). “Nem perante a população, nem perante a sua base. Bolsonaro entrou para a história e está pagando um preço alto por isso, mas jamais levará o nome de traidor da pátria. Muito pelo contrário. A população vê e entende o que está acontecendo.”